Os planos da Vilma para o Paraná não se limitam à armazenagem. O projeto é verticalizar a produção com a construção de um moinho de trigo e de uma fábrica de macarrão. A empresa planeja ainda ocupar com soja os armazéns que ficarem ociosos na entressafra do trigo. Até agora, foram aplicados R$ 17 milhões para implantar os silos. Todo o projeto no Paraná deve demandar cinco anos e um aporte de mais de R$ 60 milhões.
Com dois moinhos em Contagem (MG), a Vilma decidiu se estabelecer no Paraná por dois motivos, segundo o vice-presidente de Vendas de Marketing da Vilma, Cezar Tavares. O primeiro foi a necessidade de aumentar o volume de farinha de trigo para atender à demanda da fábrica mineira de macarrão que, em 2010, foi ampliada de 5,5 mil toneladas mensais para 10 mil toneladas.
A segunda razão é a necessidade de separar os diversos tipos de cereal no Paraná de acordo com o produto fabricado na indústria, conta ele. "A farinha que usamos para a panificação vem de um cereal diferente da que é usada para produzir macarrão ou mistura para bolo", exemplifica o executivo.
E o Brasil, afirma Tavares, produz todos os tipos de trigo que a empresa precisa. No entanto, eles chegam na fábrica misturados. "Por isso, resolvemos ir até a área de produção e fazer a separação". O complexo será equipado com laboratório que fará análise da variedade caminhão por caminhão.
Do Paraná vem 120 mil toneladas de trigo, do total de 200 mil toneladas demandados por ano pela empresa. Em torno de 40 mil toneladas são trazidas da Argentina e o mesmo volume, das áreas triticultoras de Minas Gerais.
Nesta primeira fase, o complexo terá capacidade estática para armazenar 36 mil toneladas de cereais, distribuídos em seis silos. Outros seis armazéns receptores também serão instalados. Assim, até o fim de 2012 a empresa pretende atingir estocagem de 100 mil toneladas no Paraná.
"A estrutura está preparada para limpar e secar grãos e, por isso, estamos nos preparando para otimizar a operação com soja", diz Tavares. Ele afirma que a empresa ainda não bateu o martelo sobre como será a atuação com esse grão. "Podemos apenas exportar, ou produzir óleo e farelo e até biocombustível", afirma o executivo. A intenção é começar a operar com soja já na próxima safra de verão.
A partir da produção no Paraná, a Vilma quer expandir suas vendas de macarrão para o Sul do país, onde praticamente não atua. "Nosso mercado está mais concentrado em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Goiás".
A empresa também anunciou a construção do terceiro moinho de trigo, em Contagem. Com isso, a capacidade mineira de processamento do cereal será estendida de 17 mil toneladas mensais para 21 mil toneladas. O consumo anual de trigo vai aumentar para 250 mil toneladas a partir de outubro.
A atual capacidade de estocagem de trigo em Minas Gerais é de 60 mil toneladas. Recentemente, a Vilma construiu dois silos de 7 mil toneladas cada, ampliando para 74 mil toneladas a capacidade. "Com a silagem do Paraná, de 36 mil toneladas, já estamos agora com 110 mil toneladas de capacidade", diz.
Veículo: Valor Econômico