Center Norte calcula perdas de até 80%

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As perdas em vendas no Shopping Center Norte - localizado na zona leste da capital paulista - já podem acumular perdas na casa dos 80% nas duas últimas semanas e tendem a se agravar nos próximos dias, após decisão judicial que acatou a interdição do estabelecimento, a pedido da Prefeitura. Fontes do mercado falam de algo em torno de R$ 5 milhões por dia, depois da interdição. De acordo com Sidney Gonsalez Júnior, presidente da Associação dos Lojistas do Lar Center, a queda do movimento chegou a seu ponto crítico na última quinta-feira, véspera do prazo final para interdição do local. "O movimento chegou a praticamente zero no final da semana passada, com a repercussão negativa na mídia", diz. Embora não existam dados oficiais sobre faturamento do shopping, é esperado que os 331 lojistas terão um prejuízo sem precedentes - o que deve se refletir no Dia da Criança, uma das datas mais expressivas para o varejo brasileiro.

Para presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, tudo vai depender do faturamento e do tíquete médio da loja. " É claro que as lojas de tamanho maior serão mais prejudicadas por contarem com maior número de funcionários e maior estoque, mas ainda não temos uma dimensão total de quanto será o prejuízo", disse. Sahyoun acredita que o setor de alimentação será um dos mais afetados por funcionar em maior período de tempo e dispor de grandes estoques de artigos perecíveis.

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo também vai entrar na Justiça para defender os direitos dos trabalhadores prejudicados pelo fechamento do Shopping Center Norte. A entidade está pleiteando valores relativos ao seguro que deverá ser acionado pelo empreendimento. "Vamos entrar com uma ação na mesma linha para recuperar as perdas obtidas pelos comissionistas", antecipou.

Segundo o presidente da entidade, Ricardo Patah, há três aspectos jurídicos a considerar. O primeiro se refere à Justiça do Trabalho, já que o Sindicato dos Comerciários quer que as empresas paguem um adicional de periculosidade por conta do risco de se trabalhar em um local com alta concentração de metano. Na época, a Cetesb informou oficialmente a direção do shopping dos perigos da alta concentração de gás. "Vamos entrar contra todas as lojas para que os trabalhadores tenham direito ao adicional de insalubridade", afirmou, em nota.

A segunda ação será movida na Justiça comum. "Vamos pedir uma indenização pelo lucro cessante", disse o dirigente, acrescentando que, por causa das perdas de comissões de venda, os vendedores estão deixando de receber cerca de 60% da média salarial normal para o período.

Essa medida não afeta todos os 7 mil trabalhadores do complexo, mas cerca de 3 mil funcionários. O sindicato também deverá pleitear as comissões relativas às vendas que viriam na esteira do Dia da Criança. A terceira ação tem por objetivo evitar a demissão dos funcionários do estabelecimento. O Carrefour, que tem 400 funcionários, por exemplo, informou ao sindicato que vai realocar os trabalhadores para outras unidades. No caso das lojas sem filiais foi pedido para que os trabalhadores permaneçam em casa, recebendo seu salário, e que não sejam desligados das empresas. O sindicato espera que o trabalho de instalação dos sistemas de exaustão solicitados pela Cetesb para retirar o gás metano do subsolo do local seja concluído antes do feriado do dia das crianças. Em comunicado, o shopping informa que pretende antecipar o prazo estabelecido pelo Ministério Público, que vence no dia 17 de outubro.


Veículo: DCI


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