Setor de alimentos entra no embalo de fim de ano

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Pedidos às indústrias de Minas aumentam até 25%


As indústrias de alimentos do Estado já estão se preparando para o aumento da demanda no final do ano. Conforme representantes das empresas, a expectativa é de que a alta nas vendas nos últimos três meses de 2011 chegue a até 25% na comparação com igual época de 2010, em função do crescimento da renda da população e da confiança na manutenção do emprego. Entre as medidas adotadas para atender à expansão estão a criação de mais um turno de trabalho e a contratação de temporários.

Em algumas fábricas as encomendas para o período natalino começaram a chegar no mês passado e vão até meados de dezembro. Já as entregas começam a ser feitas ainda neste mês, podendo ser estendidas até as vésperas do Natal.

A Clap Industrial de Alimentos Ltda (Maricota Alimentos), com fábrica em Luz (Centro-Oeste de Minas), por exemplo, começou a receber a programação de encomendas em setembro e já fechou grande parte das vendas dos últimos três meses de 2011. Conforme o gerente nacional, Fábio Costa, até dezembro alguns pedidos de urgência ainda devem chegar, mas em menor volume.

De acordo com ele, até o momento, as encomendas estão cerca de 20% superiores às de igual época do ano passado. E a previsão é de que a demanda natalina se mantenha nesses patamares em 2011 na comparação com 2010. "Já quando comparamos com os meses tradicionais do ano, notamos um incremento na demanda de cerca de 15%", diz.

Para atender ao aumento dos pedidos, há um incremento de 20% no quadro de 350 funcionários e criação de um turno extra de produção. Atualmente, a empresa fabrica por mês 800 toneladas de pão de queijo, 400 toneladas de pratos prontos e 100 toneladas de salgados.

O mix de produtos hoje é composto por 80 itens, entre pães de queijo, pizzas, salgados e pratos prontos. E a expectativa, conforme o gerente, é de que nos próximos 40 dias mais uma linha seja lançada, contribuindo para que os negócios da Clap cresçam ainda mais. "Serão ao todo 10 novos produtos que vão incrementar ainda mais nossa receita", destaca.

A mineira Sandéleh Alimentos, especializada em processamento de conservas, é outra que já começou a receber as encomendas relativas ao período natalino. De acordo com a gerente de Marketing, Ana Paula Beloto, os pedidos vão até as vésperas do Natal, considerada a principal data para os negócios da companhia.

"Somente nos primeiros dias de encomendas já registramos alta de 25% nos pedidos, que estão sendo alavancados, principalmente, pelos produtos específicos da cesta natalina, como azeitonas e cogumelos. A expectativa é de que os negócios se mantenham em alta até o fim das negociações", aposta.

Segundo ela, dessa forma será possível encerrar 2011 com expansão de pelo menos 15% nos negócios ante 2010. "Mesmo com os impactos externos e com a instabilidade econômica e do dólar, sabemos que o brasileiro está propenso a novidades e a novos alimentos. Além disso, nesta época do ano a população fica muito apta ao consumo e conta também com os recursos do 13º salário para gastar", justifica.

Lançamento - Aproveitando o cenário favorável, a empresa está investindo no lançamento de dois produtos: lichia em caldas e broto de bambu em conserva. Apesar disso, a gerente de Marketing ressalta que não será necessário contratar mais trabalhadores, já que a empresa veio se preparando para o aumento da produção ao longo do exercício e hoje conta com 120 funcionários. A produção de conserva de cogumelos gira em torno de 2,5 milhões de quilos e a de azeitonas totaliza 6 milhões de quilos por ano.

Na Seven Boys, indústria alimentícia com planta em Belo Horizonte, o aumento da demanda geralmente tem início em outubro. Segundo a gerente de Marketing da empresa, Lisiane Cohem, nesta época o volume de encomendas chega a ser até 30% maior do que nos tradicionais períodos do ano.

Para este exercício, as expectativas em relação aos pedidos de fim de ano são positivas. Conforme ela, está sendo aguardado um incremento de pelo menos 15% nos pedidos na comparação com a mesma época de 2010. "Tradicionalmente, essa época já representa incremento para os negócios da Seven Boys, em função da injeção do 13º salário e do espírito natalino que toma conta das pessoas. Além disso, estamos contando também o aquecimento da economia, que vem beneficiando os negócios desde o início do exercício", diz.

Visando atender o aumento da demanda, a gerente explica que são contratados trabalhadores extras somente na fábrica de Porto Alegre. Já a demanda da unidade de Belo Horizonte será suprida com produtos vindos da filial. "Isso acontece por uma questão de estratégia. Apesar de também registrarmos aumento nos pedidos na planta mineira, o volume não chega a ser tão grande quanto na unidade gaúcha. Desta forma, optamos por concentrar o aumento da produção naquela planta e encaminhar os produtos ao mercado de Minas Gerais", explica.


Ampliação do mix incrementa os negócios



No caso da Produtos Alimentícios Croques Ltda, com planta em São João del-Rei (região Central do Estado) os pedidos devem começar a chegar até o fim deste mês. Porém, conforme o diretor Administrativo, Douglas Santos Padilha, os preparativos para atender ao aumento na demanda já começaram, inclusive com a criação de uma nova linha de batatas palha.

"Nos últimos três meses do ano, o volume de encomendas aumenta em cerca de 30% na comparação com os meses tradicionais. Neste ano o resultado tende a ser ainda melhor, pois estamos lançando um novo produto: a batata extra fina", diz.

Com isso, segundo ele, a expectativa é de que em 2011 os pedidos de fim de ano aumentem em pelo menos 10% sobre igual época do exercício anterior. "Os resultados vêm sendo positivos desde o início do exercício. As pessoas têm consumido mais e gastado bastante com alimentos. Para o período natalino, a expectativa é de que essa disposição se mantenha", explica.

Já na Laticínios Condessa, dona da marca Forno de Minas, embora os produtos não sejam muito voltados para as comemorações natalinas, no fim do ano há um aumento de 15% na demanda em relação aos demais meses do exercício. Segundo o presidente da companhia, Helder Mendonça, o incremento ocorre em função das festas de fim de ano nas empresas.

Por isso, conforme Mendonça, não chega a ser necessária uma antecipação das encomendas, nem da produção. E os pedidos são feitos como no restante do exercício, a cada semana. "Neste período, nosso trabalho ocorre muito mais em função de não perdermos espaço nas gôndolas dos supermercados do que de darmos conta de atender aos pedidos", admite.

Ainda assim, o presidente da Forno de Minas se mantém otimista com relação aos pedidos dos últimos meses de 2011 e aposta em um aumento de cerca de 10% na comparação com o fim de 2010. "Apesar do receio com o cenário econômico internacional, o ano tem sido bastante favorável aos negócios", diz.

Atualmente a Forno de Minas produz 2,5 mil toneladas de produtos por mês. Somente em pães de queijo são comercializadas mil toneladas a cada 30 dias. Também fazem parte do portfólio pães de batata e folhados. (MB)


Veículo: Diário do Comércio - MG


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