Com o dólar valorizado, cotações em torno de US$ 1 por libra-peso em Nova York e baixa liquidez no Brasil, a exportação de algodão continua sendo a melhor opção para os participantes do mercado interno, onde, após altos e baixos, os preços oscilaram pouco acima de R$ 1,80 por libra-peso. "Nessas condições vale mais a pena exportar se não houver alterações em Nova York. Qualquer movimentação de negócios no exterior acabará elevando os preços rapidamente aqui", disse uma fonte que destaca, contudo, que apesar de o momento ser bom para a exportação, não há demanda lá fora, o que deve limitar eventuais elevações nos preços internos.
Na arena externa há também limites a maiores altas. Em sua publicação "Estudos de Prospecção de Mercado - Safra 2011/12", a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destacou que não espera mais que no curto prazo o mercado internacional apresente evoluções significativas nas cotações, uma vez que a expectativa é de recuperação dos estoques de passagem. A avaliação é embasada na projeção do International Cotton Advisory Committee (Icac), que estima a produção mundial da próxima safra em 26,860 milhões de toneladas e o consumo em 25,020 milhões de toneladas. "A tendência é a de que os valores oscilem entre 103,00 e 113,00 centavos de dólar por libra-peso", diz o estudo, que destacou que devido ao perfil cada vez mais exportador do Brasil, "a propensão é a de que a cotação no mercado nacional siga a tendência dos preços futuros do mercado externo." Na última safra, registraram-se vários momentos de descolamento com as cotações internacionais.
Veículo: O Estado de S.Paulo