Região Sul atrai capital para centros logísticos

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A Região Sul está recebendo novos investimentos em galpões logísticos. Os estados sulistas, donos de um parque industrial voltado à produção de itens de alto valor agregado e de um setor agrícola com forte vocação exportadora, têm uma economia extrovertida: soja do Rio Grande do Sul e do Paraná, bem como carne suína de Santa Catarina, são maciçamente compradas pela China e pela Rússia, respectivamente. Os automóveis fabricados pela General Motors em Gravataí (RS) e pela Renault, Nissan e Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) são vendidos em todo o Brasil. A logística local aperta o passo para servir a um setor produtivo com tais características.

A partir do primeiro semestre de 2012 um condomínio logístico com mais de 120 mil m² começará a operar em Campina Grande do Sul (PR) - cidade onde, nos últimos dois anos, 25 novas indústrias se instalaram. O Mega Centro Curitiba, como será conhecido, já está sendo erguido e terá posto de combustível, lojas de conveniência, restaurante, serviços de borracharia e autoelétrica. O investimento previsto é de R$ 160 milhões. O grupo responsável pela iniciativa é o Capital Realty, o qual já opera centros logísticos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul há 12 anos, além de armazéns no Paraná. O presidente da empresa, Rodrigo Demeterco, conhece bem as peculiaridades da economia sulista: "A região está próxima de importantes mercados, como o sudeste e o centro-oeste. Tal localização faz com que a presença de centros logísticos por ali seja essencial", explica ele. "Além disto, é grande o movimento de importação e exportação no sul. Somente o Estado de Santa Catarina, em 7 anos, saltou de R$ 730 milhões em importações para R$ 7,3 bilhões."

CDs

O Capital Realty é uma empresa paranaense criada em 1999, presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Ela tem sob sua gestão um portfólio de mais de 350 mil m² de área construída. "Antigamente, muitas empresas abasteciam todo o País a partir de centros de distribuição (CDs) localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro", lembra Demeterco. "Hoje, para se manterem competitivas e ágeis, as companhias precisam ter seus CDs em diferentes estados. Isto tem impulsionado fortemente o mercado por espaços de armazenagem, especialmente na Região Sul, que conta com portos importantes e uma eficiente infraestrutura de transportes terrestres." No ano passado, a companhia faturou cerca de R$ 42 milhões. Em 2011, ela projeta alcançar uma receita de R$ 48 milhões, um crescimento de cerca de 20%. Outra ação dela será a ampliação do Centro Logístico que já possui em Itajaí, Santa Catarina. Lá, a empresa entregou em 2011 mais 11 mil m² e, até 2012, entregará outros 25 mil m² de galpões e demais infraestruturas de armazenamento e distribuição, com o que atingirá uma área construída de 52 mil m² na cidade.

Redex

Outra companhia que está investindo em armazéns na região é a Localfrio. O grupo opera no mercado há mais de 50 anos, oferecendo serviços de movimentação e armazenagem de cargas geral, refrigerada, congelada, seca e de produtos químicos, contêineres refrigerados ou não e cargas especiais. A Localfrio possui, na cidade catarinense de Itajaí, um Centro Logístico de 93.006 m² de área. Destas, 77.199 m² são destinados a Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro de Exportação, o chamado Redex. Nestes, são realizados os despachos aduaneiros para exportação de mercadorias, regularizados pela Receita Federal.

"Itajaí é um dos grandes polos exportadores brasileiros. Por isto, nossas instalações contém grandes espaços do tipo Redex, que são necessários a regiões que vendem muito ao exterior", explica Marcelo Orpinelli, presidente da Localfrio. A última ação de peso da empresa no sul foi ter patrocinado a Feira de Comércio Internacional e Logística que aconteceu entre 14 e 16 de setembro em Itajaí. "A concorrência em logística ali é acirrada, devido à sofisticação econômica do sul", completa Orpinelli.

Demandas

A Região Sul, porém, precisa de mais investimentos em transporte para poder pôr em prática todo seu potencial econômico. Um bom exemplo de canal logístico ainda subaproveitado no território e a hidrovia Paraná-Paraguai. Em 2010, foram movimentadas por ela 17 milhões de toneladas de produtos (grãos, principalmente) em 1.800 barcaças. Em 2011, serão 20 milhões de toneladas em 3 mil barcaças. Tal volume, embora pareça expressivo, corresponde a apenas 10% do que é movimentado ao longo do rio Mississippi, nos Estados Unidos (que é o maior competidor global do Brasil na produção e exportação de soja). Para ampliar tal transporte, seriam necessários aportes em obras na hidrovia, tanto da parte do Brasil como dos demais governos do Mercosul.


Veículo: DCI


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