Papeleiras chinesas vão acusar Brasil de dumping

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Queixa pode gerar 1ª medida da China contra o setor industrial brasileiro

Chineses dizem que fábricas brasileiras vendem celulose no país asiático com preço inferior ao do Brasil

A indústria papeleira da China prepara uma acusação de dumping contra as fábricas de celulose do Brasil. A indústria nacional está sendo acusada de adotar preços menores na China do que os praticados no Brasil.

É a primeira vez que uma indústria chinesa irá pedir medidas de antidumping contra um setor industrial brasileiro. Caso aceite a acusação, Pequim deve impor tarifa sobre a celulose brasileira de 20% a 200%. Hoje, o produto brasileiro entra na China sem imposto, segundo os chineses.

O Brasil investe US$ 20 bilhões na expansão da produção de celulose de olho no gigante asiático, que compra 24% das exportações brasileiras do produto.
Os chineses precisam de 20 milhões de toneladas de celulose por ano, dos quais 9,5 milhões de toneladas de um tipo de fibra da qual o Brasil é o maior produtor, a chamada fibra curta (produzida em escala com madeira de eucalipto). A China importa 5 milhões de toneladas dessa fibra, dos quais 1,8 milhão de toneladas do Brasil -hoje, o maior fornecedor.

PEDIDO

O pedido da indústria chinesa foi redigido por um dos maiores escritórios de advocacia da Ásia, o Beijing Huanzhong & Partners -especializado em direito comercial. Segundo Bixuan Wu, advogado à frente do processo, o pedido deve ser apresentado ao Ministério do Comércio chinês a qualquer momento.

Wu está no Brasil para encontros com associações do setor papeleiro, entre as quais a Bracelpa, principal alvo da queixa da indústria chinesa.

GUERRA COMERCIAL

A acusação de dumping contra as fábricas de celulose é a mesma imposta pelo Brasil a várias indústrias chinesas. De 80 medidas de defesa comercial em vigor, 30 são contra indústrias daquele país. A China é o maior alvo do Brasil, seguida dos EUA. Esse número pode aumentar. Dois segmentos da indústria chinesa (vidro e panelas) estão sendo investigados pelo Departamento de Defesa Comercial do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Além das ações de defesa comercial, o Brasil também dificultou a entrada de papel chinês no Brasil com a suspensão da licença automática de importação. Em celulose, a China é o segundo maior comprador, só atrás da Europa. De janeiro a setembro, esse produto gerou saldo comercial de US$ 3,4 bilhões para o Brasil, 26% por causa das compras da China, segundo dados da Bracelpa.


Veículo: Folha de S.Paulo


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