Eletroeletrônico revê crescimento para este ano

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Apesar do câmbio e invasão dos produtos chineses, indústria espera faturamento superior entre 6% e 7% sobre 2010.


Diante do cenário de instabilidade econômica internacional, do desaquecimento do mercado interno e da invasão dos produtos chineses no país, a indústria eletroeletrônica espera encerrar este ano com alta no faturamento entre 6% e 7% sobre o ano anterior.

De acordo com o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee), Ailton Ricaldoni Lobo, a expectativa está bem abaixo do esperado inicialmente para este exercício.

Segundo ele, de uma forma geral, os negócios do setor pioraram neste segundo semestre em relação à primeira metade do ano. "A seqüência desses fatores com o agravante da oscilação do dólar nos últimos meses geraram muita insegurança tanto para as importações quanto para as exportações. Isso acabou prejudicando todo o setor", diz.

Para se ter uma ideia, no acumulado de janeiro a junho de 2011 o segmento apresentou crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2010. O resultado foi inferior ao esperado inicialmente para a primeira metade deste exercício, que era de 11% na mesma base de comparação. Com isso, em setembro, a própria Abinee revisou para baixo o crescimento. A estimativa inicial seria de expansão de 10% neste ano sobre 2010.

No que se refere ao desempenho em Minas Gerais, Lobo lembra que normalmente o segmento acompanha o ritmo da indústria brasileira.

"Basicamente estamos acompanhando a média nacional. Porém, como na indústria eletroeletrônica mineira a atuação predominante ocorre em geração, transmissão e distribuição (GTD), área menos suscetível a crises, o crescimento do primeiro semestre foi um pouco maior, na casa de 10%", ressalta.

O diretor regional explica que a indústria de transformadores, cabos, geradores, que compõe o GTD, acaba sofrendo menos os impactos no caso de uma crise financeira mundial, por agregar projetos de longo prazo. "Isso permite maior planejamento tanto por parte dos investidores quanto das empresas do setor", justifica.


Demanda - Ainda conforme Lobo, no caso da indústria eletroeletrônica nacional, a fatia com maior demanda é a do segmento de computação, informática e telefonia celular. "Com a desvalorização do dólar ante o real, esses segmentos acabam sendo prejudicados não só pela queda nas exportações, mas também pelo aumento nas importações", lembra.

Embora ainda não tenha concluído o levantamento para este ano, a Abinee calcula que, em função do câmbio sobrevalorizado, as importações deste ano deverão manter o elevado ritmo de expansão verificado nos últimos dois anos.

Exemplo disso é que ao longo da primeira metade deste exercício, enquanto o faturamento para o mercado interno de componentes elétricos e eletrônicos cresceu cerca de 2%, as importações cresceram 4%. Além disso, o faturamento de bens finais para o mercado interno cresceu 10% ao passo que as importações destes bens cresceram 16%.

Ainda assim, o presidente regional da Abinee acredita na recuperação da atividade a partir do próximo exercício. Segundo ele, é possível pensar numa melhora em função da política industrial apresentada pelo governo federal, cujo objetivo é exatamente recuperar a competitividade das empresas nacionais.

" preciso ressaltar, porém, que as medidas tomadas pelo governo são paliativas. Ainda há uma grande necessidade de queda na taxa de juros, redução da carga tributária e investimentos em infraestrutura", lembra Lobo.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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