Área de cosméticos atrai novas marcas ao País

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O aumento do consumo de produtos de beleza e cosméticos no Brasil chamou a atenção de novas marcas, que não parecem temer a disputa com as consolidadas O Boticário, Contém 1G, Mahogany, além de Natura, Avon e Jequity.O País tem sido considerado a grande aposta de marcas americanas, francesas e gregas para os próximos anos, a exemplo das lojas de beleza Korres, H2O Plus, Uriage, Benefit e Sephora Collection, que iniciaram suas vendas no Brasil este ano e pretendem montar lojas próprias até 2013. Além delas, há nacionais, como a Granado, que acaba de abrir a terceira loja de sua bandeira na capital paulista, além da campineira Spasso Cosméticos, que conta com 8 unidades e tem planos de chegar a 15 até o fim de 2013.

No caso das estrangeiras, entre as novas marcas para o varejo está a recém-chegada rede de maquiagens e acessórios Sephora Collection. A marca inicia a entrada no País através do site da Sack's, que foi adquirido em 2010 pelo grupo francês LVMH, o mesmo que controla a Sephora e outras marcas de luxo. De acordo com a vice-presidente sênior da empresa para América Latina, Paula Larroque, a rede prevê abrir a primeira loja física no Brasil junto do Shopping JFK, em São Paulo. "Em 2012, prevemos abertura de sete ou oito lojas em São Paulo e Rio de Janeiro, com um mix de mais de 200 marcas, em uma única loja."

Nos passos da Sephora, as americanas Benefit e H2O Plus, a grega Korres e a francesa Uriage devem encher as prateleiras do Brasil de cosméticos de última linha nos próximos anos. As intenções são norteadas pela terceira posição que o mercado brasileiro ocupa no ranking mundial dos maiores mercados de maquiagem e cuidados com a pele, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão, de acordo com dados Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

Nacionais

Enquanto empresas estrangeiras chegam ao mercado brasileiro, em busca de aproveitar o crescimento exponencial das marcas nacionais, empreendedores ainda acreditam que há espaço para todos, principalmente no que tange à expansão de número de lojas, para seguir um público diferenciado e mais abrangente.

Sem medo de fazer concorrência às líderes de mercado, a famosa marca de talcos Granado Pharmácias começa a experimentar com mais atenção o varejo com loja própria. A empresa afirma ver incremento de 20% ao ano, nos últimos cinco anos, e passa a enfocar as vendas também de produtos masculinos. Em 2011 e no próximo ano, a marca estima que o setor varejista crescerá 15% acima do registrado no ano de 2010, o que delineia pequena desaceleração, mas nada assustador.

Ano passado, o faturamento da Granado atingiu R$ 180 milhões, e para o final de 2011 espera-se superar os R$ 200 milhões. De acordo com a diretora de Marketing da botica, Sissi Freeman, a baixa das vendas se deve ao aumento do preço da matéria-prima dos produtos, já que a crise internacional tem afetado o mercado. "O mercado tem ficado confuso, e para o próximo ano esperamos um aumento do preço dos produtos, que afetará diretamente o volume de vendas", declara. Nos próximos 5 anos, a rede espera ter uma loja em cada uma das principais capitais do Brasil.

A estratégia de crescimento lento é, ainda de acordo com Sissi, tática para manter um mercado seguro. "Nós conhecemos histórias de redes que cresceram muito rapidamente, o que é bom, mas seus diretores acabaram por perder o controle e isso prejudicou um pouco a qualidade." Sem planos de investir em franquias, a marca segue a premissa de utilizar as lojas como meio de comunicação para canalizar o foco com o público, através da opinião direta dos consumidores.

Em contrapartida, a Spasso Cosméticos, com 8 unidades em Campinas (SP), investe em novos métodos para fomentar as vendas. Um deles é o modelo de franquia, que conta com 2 unidades e possui mais 1 loja no formato de franquia contratada para o ano de 2012, com o diferencial de ser a primeira instalação da marca fora da cidade de Campinas, no Shopping Piracicaba.

A perspectiva da marca é a de fechar o ano de 2013 com cerca de 15 lojas em operação, sejam instalações próprias ou licenciadas. Para isso, os executivos da marca têm visado principalmente ao mercado de shoppings, já que oferecem produtos de primeira necessidade, como sabonetes, cremes dentais, ou seja, produtos de higiene pessoal, e por isso têm um mercado novo nos shoppings, com a venda de produtos encontrados primordialmente em farmácias e lojas de setores, como a Lojas Americanas. A rota da nova expansão, além de Piracicaba, ainda não é clara, mas há planos de expandir para fora da cidade de origem.

Outra aposta da rede para ampliar o leque de consumidores está no modelo de vendas diretas. Para o próximo ano, embora prefira não entrar em questões de números, o diretor-executivo da Spasso Cosméticos, Mário Luiz Elia Júnior, afirma que os investimentos serão destinados à melhora da infraestrutura e logística para atender a essa nova demanda. Uma das ações é a construção de um novo centro de distribuição. "Queremos a certeza de que nossos produtos atenderão qualquer pedido dos consumidores em 24 horas", explica.

Quando consolidado o novo modelo de trabalho, Júnior traça uma meta ousada de, no primeiro semestre, atender 5% dos aproximados 120 mil tíquetes antes registrados unicamente através das lojas. A rede é responsável pela venda de cerca de 200 marcas, uma vez que os produtos próprios não são o seu foco.

O volume de vendas em 2010 alcançou crescimento de 27%, e embora o executivo não traduza esse montante em números, mas, nos mesmos passos da Granado Pharmácias, este ano de 2011 prevê fechar com uma aceleração menor nas vendas, de 12%. O número esperado para 2012 é o mesmo, e Júnior declara que, se for mantido, deixará os executivos da marca satisfeitos, mesmo que haja uma desaceleração no setor.

Outra que se tem destacado é a Fiorucci, tradicional empresa brasileira do setor de cosméticos, fabricada pelo Grupo Greenwood. A marca registrou vendas 20% maiores e vai fechar 2011 com faturamento de R$ 30 milhões. E, se hoje a Fiorucci, marca própria da Greenwood, representa apenas 20% do volume produzido na fábrica da empresa, em São Roque (SP), a meta é de que em cinco anos esse volume chegue a 80%, diz Rafael Infantozzi, sócio-diretor da Miraflores, empresa do grupo que distribui a Fiorucci.

 

Veículo: DCI


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