Para escapar das altas, a dica é optar por produtos que estão em baixa, em substituição aos mais caros
Se normalmente o consumidor já deve estar atento aos preços, diante da crise a pesquisa é uma arma ainda mais indispensável na hora das compras. Os hortifrutigranjeiros comercializados nas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa) experimentaram elevação de preços que chegou a patamares superiores a 174%, puxados pela alta da cebola roxa. Entre os 40 produtos disponíveis no local, apenas sete apresentaram queda no valor de venda. Os dados são do Sistema Nacional de Informação de Mercado Agrícola (Sima) do órgão e são relativos à média dos meses de julho, agosto, setembro e outubro deste ano, num comparativo com igual período de 2007.
Segundo Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, ´o aumento de preço da cebola é decorrente do declínio nas colheitas da produção na principal zona produtora do Nordeste, o sertão pernambucano do São Francisco, que participa com 75% do total comercializado no mercado´.
´Diante desse quadro, tanto o ´bulbo´ amarelo(121,1%) quanto o roxo (174,8%) estão sendo comercializados entre R$ 18 e R$ 22, o saco de 20 quilos´, justifica Girão.
O alho roxo foi outro item que apresentou aumento. A alta de 96,3% é ´devido ao menor desempenho do produto nacional principalmente da região Sudeste que demonstrou uma menor oferta no período, por conta da entressafra´, disse.
No tocante ao valor de venda, está sendo comercializado entre R$ 45 a R$ 48, a caixa de 10 quilos. Outras hortaliças que também apresentaram elevação expressiva foram: repolho híbrido (67%), vagem(53,3%), feijão verde (32,2%), cenoura(23%), abóbora caboclo(22%), couve-flor (20,1%) e chuchu(18,8%). Registraram variação negativa: tomate (-8,2%), alho roxo importado(-3,4%) e beterraba (-2,4%).
Frutas não escapam
Entre as frutas, o abacaxi assinalou a maior variação nos quatro meses em análise: 76%. De acordo com Odálio Girão, ´a quantidade comercializada neste segundo semestre nos galpões do mercado atacadista de Fortaleza, registrou uma redução na oferta de devido às menores colheitas nos pomares do principal estado produtor do Nordeste, a Paraíba, que contribui tão somente com 10% do global transacionado´, disse. Outra fruta que sofreu elevação expressiva foi o mamão, como tipo formosa subindo 73,2% e o hawaí, 55,2%.
´A produção estadual entrou em patamares superiores aos que vigoravam no primeiro de 2008, mesmo assim não foi suficiente para baratear os preços´, observou.
O melão, de variedades japonês e amarelo, acompanhou as tendência de altas no período, com resultado de 37,7% e 28,3%, respectivamente, no confronto com o mesmo período do ano passado.
´Mesmo com uma evolução nas colheitas nas principais zonas produtoras do Estado não foi suficiente para o abastecimento local no nível do esperado´, ressalta Odálio Girão.
A melancia foi outro produto que acompanhou a alta dos preços no mercado local atingiu 44,7%, bem como, maracujá (54,6%), coco seco (16%), maçã nacional(14,5%) e uva Itália(14%).
Declínio
Apresentaram declínio de preço o abacate (-16,2%), a laranja pêra(-6,9%), a banana pacovan(-1,1%) e a graviola(-0,8%).
ARROZ E FEIJÃO
Produtos básicos mais afetados
Os produtos que fazem parte da cesta básica são os mais afetados com os preços altos nos quatro meses iniciais do segundo semestre, em comparação com igual período do ano passado. A maior variação foi registrada no feijão preto, que subiu 123,4%. Já o de variedade carioquinha acompanhou a dança dos preços altos ficando com 41,9%. O arroz tipo 2 foi outro cereal que sinalizou elevação, atingindo 57,7%. ´Essas altas foram decorrentes basicamente de menores colheitas da safra do feijão no Paraná em função do retardamento do plantio e a diminuição da produção do arroz no Centro Oeste do País´, diz Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa. Outras elevações significativas ocorreram na carne bovina(33,9%), arroz tipo 1(33,8%), farinha (29,6%) e óleo de soja (24,8%). ´A carne bovina foi mais um item da cesta básica que vem despontando com elevação e exige atenção por parte do consumidor. Com abertura no mercado internacional para a compra do produto os preços dispararam no mercado interno´, acrescentou Girão. O mercado atacadista comercializa 18 itens da alimentação básica, dos quais, apenas dois registraram recuo de preço. São eles: feijão de corda(-8,8%) milho em grãos(-7,4%).
Veículo: Diário do Nordeste