Os pneus passarão a ser classificados pelo Inmetro conforme sua segurança e eficiência energética. Eles receberão um selo semelhante ao dos eletrodomésticos, com categorias de "A" a "G".
As etiquetas seguirão o novo modelo europeu.
Serão avaliados ruído externo, aderência ao solo molhado e resistência à rodagem (quanto maior a resistência, maior o consumo de combustível e a emissão de CO2).
"O regulamento deve entrar em vigor gradativamente a partir de 2014. A ideia é que seja compulsório", diz Alfredo Lobo, do Inmetro.
Empresas do setor, porém, dizem que estarão prontas só em 2015 e que negociam a data com o órgão. "Precisamos investir para realizar testes", diz Bruno Blanc, da Michelin.
Para atender as exigências, as empresas precisarão desenvolver tecnologias e introduzir novas matérias-primas.
A Pirelli informa que já tem uma linha que se enquadra no perfil, desenvolvida por seu centro de pesquisa global. Para adaptá-la à condição brasileira, foram gastos R$ 20 milhões, segundo o diretor da empresa Roberto Falkenstein.
As características de resistência à rolagem e aderência ao solo molhado, no entanto, são conflitantes. "Tentamos equilibrar, mas as fábricas precisarão se adaptar de acordo com a característica que vão privilegiar", diz Renato Sarzano, diretor da Continental.
Giano Agostini, da Goodyear, considera a medida positiva para o segmento, pois "serão diferenciadas as empresas que se alinharem".
A implementação das etiquetas nos mercados europeu, brasileiro e coreano fará o segmento de pneus de alto desempenho crescer mais de 75% no mundo até 2015, segundo a Lanxess, produtora de borracha sintética.
Veículo: Folha de S.Paulo