Produtor de café busca expansão de mercado

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Mercado estimula investimentos.

A expectativa positiva em relação à retomada dos preços do café, devido aos estoques mundiais baixos e à produção insuficiente para atender à demanda, está incentivando a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso), no Sul de Minas, a investir na cultura e na participação em feiras para expandir o mercado de atuação e agregar valor ao grão. A produção da cooperativa, que é composta por pequenos produtores, deverá alcançar 1,5 milhão de sacas na safra 2012/13, um incremento de 50% frente à safra anterior.

Os representantes da Cooparaíso, pensando na oportunidade de fornecer café para as redes supermercadistas, estão participando da 28ª edição do Congresso e Feira de Negócios em Supermercados da Associação Paulista (Apas 2012), maior evento supermercadista do mundo. O objetivo é divulgar o produto e conseguir contratos de fornecimento do café processado.

De acordo com o superintendente da Cooparaíso, Paulo Sérgio Elias, a participação da cooperativa na feira foi viabilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que montou estande no evento para que entidades compostas por produtores da agricultura familiar mostrassem seus produtos. Cerca de 6 mil produtores integram a Cooparaíso. Deste total, 85% trabalham em cafezais com áreas menores do que dez hectares.

A oportunidade de ampliar os negócios se deve à tendência das redes supermercadistas de investir, cada vez mais, em produtos oriundos da agricultura familiar. Isto pela característica social, de qualidade e de sustentabilidade dos produtos, o que torna a feira em uma oportunidade de divulgar o café da Cooparaíso e conquistar novos clientes.

"Esse apoio do MDA é fundamental para o desenvolvimento da cooperativa. Já comercializamos nossos produtos para algumas redes varejistas regionais. A participação na feira aumenta nossa expectativa de negociar com redes de atuação nacional, como o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo", diz Elias.

Além da comercialização de café in natura, a Cooparaíso está investindo também na industrialização do grão. Mensalmente são produzidas cerca de 20 toneladas de café processado dos tipos torrado e moído e torrado em grãos, que é voltado para as máquinas de expresso. Do volume total, 50% são destinados à França e outros países e o volume restante ao mercado interno.

"Estamos presentes em supermercados regionais de Minas Gerais e estabelecimentos diferenciados do segmento, como cafeterias, hotéis e restaurantes. Nosso objetivo é expandir a comercialização no país através do ingresso na rede supermercadista, o que será fundamental para agregar valor ao café produzido na cooperativa", acrescenta Elias.

Em relação ao mercado, ele acredita que a retomada dos preços do café dependerá da interferência do governo, o que deverá ser feito com a liberação de crédito para o setor, através do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e dos leilões de opção para os produtores.

Segundo Elias, a liberação de crédito no período que antecede o início da colheita do grão é fundamental para que os produtores se mantenham capitalizados e em condições de negociar a safra com mais cautela, conquistando preços mais lucrativos no mercado.

A expectativa do Conselho Nacional do Café (CNC) é de que os recursos disponíveis cheguem a R$ 2,45 bilhões, que serão divididos em R$ 1,5 bilhão para a linha de estocagem, R$ 500 milhões para custeio e colheita, R$ 250 milhões destinados ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC) e outros R$ 200 milhões para linha especial de capital de giro voltada para a indústria de torrefação.

Segundo os dados da cooperativa, a saca de 60 quilos do produto está avaliada em R$ 400. O preço ideal para gerar lucro aos cafeicultores e manter o ritmo de investimento nos cafezais deveria ser de, no mínimo, R$ 450.

"Depois de enfrentar anos de preços inferiores aos custos de produção, os cafeicultores começaram a recuperar a renda, mas precisam de apoio do governo para que os investimentos nos tratos culturais, na aquisição de mudas aprimoradas e na mecanização da cultura sejam mantidos. Isto será possível com a liberação de crédito em tempo hábil e com as opções de leilão", complementa Elias.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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