Mercado futuro sob forte pressão.
A ICE Futures US (Bolsa de Nova York) para o açúcar bruto tocou na semana passada nos piores patamares dos últimos 20 meses. Na sessão da última terça-feira, as cotações futuras do açúcar bruto atingiram 20,31 centavos de dólar por libra-peso na mínima do dia, nos contratos com entrega em julho. Esse nível é o mais baixo desde o início de setembro de 2010.
Segundo analistas, o mercado vem sendo pressionado nos últimos meses pelas expectativas de superávit da produção mundial da temporada 2011/12, pelo fraco desempenho das demais commodities agrícolas e mercados acionários diante do preocupante cenário macroeconômico.
Os mais pessimistas sugerem que as cotações poderão cair ainda mais, assim que a moagem de cana-de-açúcar entrar em processo mais acelerado no Brasil. Por enquanto, a incidência de chuvas tem atrasado os trabalhos de colheita no país, o principal produtor mundial de açúcar. Ainda existem fixações de preços a serem efetuadas na ICE Futures, o que poderá ocasionar mais pressão sobre os futuros. Na semana passada, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) elevou sua estimativa para o superávit mundial na safra 2011/12, apontando para um excedente de mais de 6 milhões de toneladas, ante as 5,2 milhões de toneladas projetadas em fevereiro.
Segundo balanço divulgado ontem pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a quantidade processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul durante a segunda quinzena de abril somou 9,24 milhões de toneladas, queda de 45,68% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado desde o início da atual safra até 1º de maio, a moagem totalizou 13,98 milhões de toneladas contra 24,00 milhões de toneladas registradas no ano anterior, recuo de 41,77%.
De acordo com o diretor-presidente da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues,"a redução no volume de cana processada nessa segunda quinzena era esperada. Isso porque as chuvas ocorridas ao final de abril reduziram o aproveitamento de tempo pelas usinas em operação". Outro fator que contribuiu para esta redução da moagem foi o menor número de unidades produtoras em atividade até 1º de maio, explica Rodrigues.
Veículo: Diário do Comércio - MG