Produção deve recuar 37% nesta safra

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Produtores estão investindo na industrialização da bucha

A produção de bucha vegetal em Minas Gerais deverá sofrer queda de 37% na safra atual. As condições climáticas desfavoráveis observadas ao longo do período de desenvolvimento da cultura provocaram perdas significativas em torno do município de Bonfim, na região Central do Estado. Além disso, os preços baixos pagos pelo produto em 2011 e os custos de manutenção elevados contribuíram para que os produtores não ampliassem a área de cultivo.

De acordo com a empresária e produtora de bucha em Bonfim, principal região produtora de bucha do Estado, Denilda Maria de Oliveira, a estimativa é colher na safra atual cerca de 70 mil dúzias do produto. No período produtivo anterior o volume chegou a 110 mil dúzias, redução próxima a 37%.

"A principal causa da quebra de safra foi o volume inferior de chuvas registrado ao longo dos últimos meses de 2011. A estiagem afetou o desenvolvimento das plantas e reduziu a produtividade. O fator climático aliado à falta de sementes de alta qualidade vêm promovendo perdas tanto em produção como na renda dos produtores", disse Denilda.

Ainda de acordo com a empresária, a falta de sementes aprimoradas e de estudos específicos voltados para a cultura da bucha, além de comprometer a produtividade das lavouras, favorece o desenvolvimento de pragas e doenças. O acúmulo de prejuízos tem feito com que os produtores mantenham a área de produção estável. Atualmente, a região conta com cerca de 90 produtores.

A área ocupada pela cultura na safra 2012 está estimada em 120 hectares, mesmo espaço destinado no período produtivo anterior. A produtividade anual, quando as condições climáticas são favoráveis, pode chegar a 3 mil dúzias por hectare. O volume ainda é considerado pequeno e uma das principais demandas do setor é o desenvolvimento de sementes de alta qualidade.


Custos - Outro fator que tem freado o avanço do cultivo de bucha é a grande necessidade de mão de obra, o que encarece os custos. Segundo Denilda, a cultura é sensível às variações climáticas e necessita de cuidados diários. O período de colheita é o que mais demanda mão de obra.

Os produtores e empresas da região de Bonfim estão investindo na industrialização da bucha para agregar valor e garantir maior lucro com a atividade. De acordo com a empresária, o ganho com o processamento da bucha in natura é vantajoso.

Atualmente, cada unidade processada é comercializada em torno de R$ 1,30, e com uma bucha in natura é possível fabricar sete. O custo de produção de uma dúzia de buchas, já processadas, gira em torno de R$ 9,12.

Devido à redução significativa da produção em 2012, os preços pagos pelo produto estão valorizados. A dúzia processada está sendo comercializada em torno de R$ 15,60, valor que cobre os custos de produção e gera lucro de R$ 6,48 por dúzia para o produtor.

"A quebra de safra reduziu a oferta que está inferior à demanda, com isso estamos lucrando mais com a comercialização da produção", disse.

Segundo Denilda, a demanda pelas buchas industrializadas aumenta cerca de 10% ao ano, o que é fundamental para impulsionar os preços e garantir rentabilidade aos produtores. O principal mercado consumidor do produto mineiro é São Paulo, que responde por quase 70% das vendas.

Apesar do aumento da demanda, segundo a empresária, para que a atividade seja realmente lucrativa é necessário maior investimento na divulgação do produto industrializado e o ingresso do mesmo nas grandes redes supermercadistas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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