No Sul de Minas, a saca foi comercializada a R$ 376,14, ante R$ 372,63 em abril.
Após registrar seqüência de quedas entre janeiro e abril, a cotação do café em Minas Gerais encerrou maio com pequena alta, com variação entre 0,6% e 0,95% nas principais regiões produtoras, em relação aos preços praticados em abril. Os dados foram levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A movimentação é considerada atípica, uma vez que naquele mês foi iniciada a colheita do grão.
A expectativa dos representantes do segmento cafeeiro, mesmo com o começo da colheita, é de manutenção dos valores, com tendência de pequenas variações positivas ao longo de junho. Os estoques mundiais baixos e a possível redução da produtividade e da qualidade dos grãos são fatores que poderão contribuir para a sustentação das cotações.
Na região Sul do Estado, de acordo com o Cepea, a saca de 60 quilos foi comercializada a R$ 376,14 em maio, 0,94% acima dos R$ 372,63 praticados em abril.
Segundo o Departamento de Comercialização da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no Sul de Minas, a média de preços praticada ao longo do mês passado interrompeu a seqüência de queda observada desde janeiro. Em maio, a saca chegou a registrar pico de R$ 400.
As expectativas são positivas em relação à retomada dos preços do grão. Na região, o veranico registrado entre janeiro e fevereiro e as chuvas constantes, em maio e início de junho, interferiram negativamente no rendimento dos cafezais. Estes fatores poderão reduzir a produção e contribuir para um ajuste entre a oferta e a procura.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada para a safra 2012, no Sul de Minas, é de 13,49 milhões de sacas, 29,19% superior à safra anterior e 6,93% maior quando comparada à safra de 2010, período de bianualidade positiva e equivalente à atual.
Cerrado - A valorização, mesmo em pequena escala, também foi observada no Cerrado mineiro. De acordo com dados do Cepea, na região a saca de 60 quilos foi comercializada, em média, a R$ 380,48, valor 0,59% superior ao registrado em abril, quando alcançoi a cifra de R$ 378,22.
Segundo o presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (Appcer), José da Cruz Pereira, os preços praticados em maio foram suficientes para cobrir os custos de produção e gerar lucro. A colheita na região está no início e ainda não foi possível contabilizar os prejuízos causados pelo clima desfavorável, porém a previsão é de uma safra maior, devido à bianualidade positiva.
"Os estoques mundiais reduzidos e o aumento do consumo de café são fatores que poderão contribuir para a retomada dos preços, porém ainda dependemos da recuperação financeira da Europa e dos Estados Unidos para alavancar as exportações. A interrupção da seqüência de queda na cotação do grão foi satisfatória, já que desde janeiro estávamos registrando desvalorização do café", diz.
Ainda segundo Pereira, o café comercializado pela Appcer possui a certificação Fair Trade, selo Comércio Justo, o que proporciona maior ganho para a associação e produtores. Em média, o cafeicultor certificado recebe bônus de R$ 25 a R$ 30 por saca e para a associação a renumeração chega a R$ 45.
O prêmio recebido pela cooperativa é investido em meios que proporcionam a melhoria da produção, como a compra de equipamentos para uso coletivo dos associados, realização de cursos de capacitação, aportes em áreas de armazenagem e beneficiamento do grão. A forma como os recursos são utilizados é decidida em assembléia.
Ainda de acordo com dados da Conab, no Cerrado mineiro espera-se para a safra 2012 um incremento na produção da ordem de 44,12%, comparativamente à safra anterior.
A área de café em produção teve um aumento de 5,71% e a produtividade, de 36,34%, passando de 24,84 sacas por hectare em 2011 para 33,86 sacas por hectare em 2012. Entre meados de fevereiro e março verificou-se um pequeno veranico na região.
Veículo: Diário do Comércio - MG