Preço do feijão segue em alta

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A redução da oferta do produto está contribuindo para a manutenção das cotações.


A redução da oferta de feijão no mercado de Minas Gerais e do país tem contribuído para que os preços pagos pelo grão continuem em alta, mesmo em período de colheita da segunda safra. De acordo com o levantamento da consultoria Safras & Mercado, o valor pago pela saca de 60 quilos está em torno de R$ 200, valor 14,2% superior à média observada em maio, que era de R$ 175.

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Renan Gomes, a tendência para os próximos meses é de mercado firme para o grão.

"Vários fatores vem contribuindo para que os preços pagos pelo feijão continuem em alta. Os preços baixos praticados em 2011 desestimularam os produtores que preferiram migrar para outras culturas, o que reduziu significativamente a área destinada ao grão. Aliado à redução do plantio, o clima observado durante o desenvolvimento da primeira e segunda safras foi desfavorável, o que limitou ainda mais a oferta", disse Gomes.

Ainda segundo o analista, os produtores de feijão estão lucrando significativamente com a cultura, isto pelo valor mínimo estipulado pelo governo gira em torno de R$ 80 por saca de 60 quilos. O preço mínimo já é suficiente para cobrir os custos com a produção e proporcionar lucro. Atualmente, com os valores em torno de R$ 200, o valor mínimo é superado em 150%.

Os preços do feijão vêm mantendo a alta desde o início do ano devido à redução da safra. Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), somente em Minas Gerais houve redução de 6,6% na área plantada durante a primeira safra. A queda fez com que a oferta ficasse 3,5% inferior quando comparada com a produção em igual período de 2011. Ao todo, o Estado colheu 216,3 mil toneladas.


Queda - No período, a produção brasileira ficou 26,2% menor que a gerada em igual safra anterior. Somente a queda observada no Paraná, maior produtor do país, chegou a 34,7%, o que foi promovido pelas adversidades climáticas.

Ao longo da segunda safra, que está em colheita, a seca registrada no Nordeste do país levou a uma redução de 30,5% nas áreas de cultivo, fator que vem estimulando as importações de feijão de outras regiões produtoras do país.

Em Minas Gerais, as chuvas constantes observadas entre maio e junho interferiram no processo de colheita e impactaram no rendimento, contribuindo para novas valorizações do grão.

A estimativa da Conab para a segunda safra de feijão mineiro é de uma produção de 230 mil toneladas, volume que se alcançado representará alta de 29,9% sobre as 177 mil toneladas produzidas em igual período da safra anterior. O incremento é atribuído aos preços favoráveis pagos pelo grão.

Já no país, a previsão é de queda de 14,5% na produção da segunda safra com volume de 1,165 milhão de toneladas.

"Nos próximos meses, o mercado seguirá firme para o grão. O pico da colheita da segunda safra, registrado em maio, interferiu, em partes, no valor da saca, que em Minas chegou a cair para R$ 175, porém com o maior ajuste entre a oferta e a procura os preços voltaram a valorizar", disse Gomes.

Para a terceira safra as expectativas são positivas. No Estado, pela produção ser irrigada, não haverá ampliação significativa no cultivo do feijão, o que favorece a valorização dos preços. Os dados do nono levantamento da safra de grãos feito pela Conab apontam para uma produção de 182,1 mil toneladas, alta de apenas 0,6%.


No atacado paulista, grão teve valorização


O mercado de feijão encerrou a semana passada com alta tanto para o feijão carioca quanto para o preto. De acordo com o analista de Safras & Mercado Renan Gomes, os preços do primeiro entraram num canal de baixa a partir de meados de abril, mês em que o valor máximo da saca no ano foi atingido, e estavam caindo rapidamente até o valor de R$ 180,00, que surgiu como um suporte importante para o mercado no momento.

Os preços no atacado paulista variaram positivamente para o carioca, apesar do ajuste nos últimos dias, pois a alta tinha sido acima do que o mercado comportava. O feijão preto, por sua vez continua firme devido ao término das colheitas nos estados do Sul e da valorização do dólar que desestimula a importação do grão.

Nas regiões produtoras de feijão carioca os preços acabaram recuando levemente, mas nas de feijão preto os alta foram sentidas. No Paraná, o valor médio pago por saca (60 quilos) aos produtores acabou recuando na semana e está em R$ 151,61 ante R$ 156,43, ou seja, a queda foi de 3,08%. Em Santa Catarina, o valor pago aos produtores do grão passaram de R$ 150,42 para R$ 151,67 apontando uma alta de 0,83% na semana.

No Rio Grande do Sul, os produtores de feijão preto estão recebendo mais pelo produto. A saca de 60 quilos do grão está sendo negociada em média a R$ 89,95, que pode ser considerado o maior valor do ano. Os valores mínimos e máximos da saca variam conforme a qualidade do grão e a demanda local pelo produto, mas no Estado está entre R$ 80,00, chegando em R$ 120,00 em algumas localidades.


Demanda - No Paraná, a alta foi maior de 3,73% na última semana, pois a demanda pelo grão paranaense aumentou com o término da colheita no Rio Grande do Sul. No atacado paulista, os preços do feijão carioca começaram a semana com uma forte valorização devido ao pequeno número de novas entradas, porém no decorrer da semana o número de compradores em potencial diminuiu e, com ele, os preços.

"A mercadoria ofertada ao longo da semana apresentava uma qualidade abaixo da esperada pelos compradores do grão e isso fez com que a demanda fosse menor", explica Gomes. Com isso, a saca de 60 quilos do carioca extra, nota 9, está cotada na média de R$ 192,50, isto é, como na 1ª quinzena o grão valia R$ 187,50, a alta é de 2,67%, que apesar de não ser muito expressiva, manteve os preços em uma região próxima dos R$ 200,00 por saca.

O grão especial, nota 8,5, está cotado em média a R$ 182,50, desse modo a variação semanal foi positiva, de 2,82%. O comercial, nota 8, está cotado na média de R$ 172,50, conseqüentemente não houve variação na semana. O comercial, nota 7, tem preço médio de R$ 162,50, assim a maior variação entre os tipos do grão foi de 6,56% no período, pois a sua cotação anterior era de R$ 152,50.

Na Bolsinha, em São Paulo, o mercado de feijão preto continua firme para o grão que vem numa escalada de preços. Segundo Gomes, "é comum para o feijão preto apresentar mudanças de preços e posteriormente o mercado torna-se estável novamente, porém os movimentos estão mais acelerados agora". A demanda pelo produto continua aquecida nos estados do Sul do país e a colheita também está próxima do fim, especialmente no Paraná, que é o maior produtor de feijão.

O volume de feijão preto importado, como esperado, acabou recuando, porém a queda foi significativa de 21 mil toneladas em abril para 10 mil toneladas em maio, sendo assim o recuo das importações foi de aproximadamente 50%. A saca de 60 quilos de preto extra está cotada a R$ 142,50 em média. A alta na semana passada foi de 7,55%, pois o seu valor na 1ª quinzena fechou em R$ 132,50. O especial, que vinha defasado em relação ao tipo extra, acompanhou o movimento de alta e passou de R$ 112,50 para o valor médio de R$ 127,50, uma alta de 13,3% em sete dias.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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