Armarinhos ampliam mix e garantem faturamento

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Produtos de papelaria estão tomando conta das prateleiras.


Está cada vez mais difícil encontrar costureiras e alfaiates em Belo Horizonte. Os profissionais mais antigos estão se aposentando e não está acontecendo uma renovação desse pessoal. Com isso, os famosos armarinhos tiveram que se adequar para sobreviver. Somente a venda de aviamentos não é mais suficiente para manter os negócios, e produtos de papelaria, vestuário e até informática estão tomando conta das prateleiras.

Esse é o caso do armarinho Traços e Laços, instalado no Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte. Há 15 anos no mercado, ele abriu as portas vendendo aviamentos e alguns itens de papelaria. Hoje, incorporou ao mix brinquedos, artigos escolares e para escritórios, itens de informática, presentes, guarda-chuvas, meias e pijamas, além de linha completa de aviamentos. Os produtos de papelaria são o carro-chefe da empresa atualmente.

O administrador da Traços e Laços, Linor Oliveira de Sena, explica que a diversificação do portfólio foi uma exigência do mercado. Ele afirma que diminuiu muito a procura por aviamentos nos últimos anos. "Vendemos no varejo e nossa demanda maior era de donas de casa que costuravam para fora ou para a família mesmo, mas hoje poucas mulheres ficam em casa, a maioria delas está trabalhando. Então, precisamos ampliar nossa linha de produtos para aumentar o faturamento", diz.

Entre os produtos da loja, muitos deles são fabricados na China. De acordo com Oliveira de Sena, os preços desses itens são até 30% inferiores e eles estão tomando conta das prateleiras. A formação de estoque vai de acordo com a demanda. "Mercadoria com maior giro mantemos uma quantidade maior no estoque, já aquelas que não têm circulação estamos deixando de comprar", observa.

Ele garante que também há preocupação de adicionar novos produtos ao mix diariamente. "Manter o faturamento com o comércio é muito difícil. Temos que inovar", diz. Segundo Oliveira de Sena, é registrado crescimento de, no máximo, 5% ao ano. "Era para crescer mais, pois aumentamos a linha de produtos sempre", reclama.

Mix - Outra loja que apostou na ampliação do mix de produtos é a Armarinho Nossa Senhora de Fátima, instalada no centro de Belo Horizonte. O proprietário da empresa, Constantino Nogueira, explica que a empresa surgiu como armarinho, vendendo aviamentos, na década de 60, mas que com o tempo foi aumentando o mix. "Fomos crescendo de acordo com as exigências do mercado. Hoje vendemos, além dos aviamentos, outros itens de interesse de pessoas mais idosas, como roupas íntimas", diz.

A demanda, segundo ele, varia de acordo com o período do ano. Datas especiais e até mesmo clima influenciam. Ele também trabalha com produtos importados, principalmente da China. "A diferença de preço é grande e as pessoas estão buscando os produtos asiáticos", afirma.

A tradicional Aviamentos Capricórnio, também no centro de Belo Horizonte, já tem uma visão mais conservadora. Segundo o sócio-proprietário da empresa, Wilson Raimundo Pereira, o que mantém a loja são os clientes conquistados ao longo dos 25 anos de história. "Sempre temos gente nos procurando e o ‘boca a boca’ também é forte", diz. Além dos aviamentos, ele vende tecidos e não pretende ampliar ainda mais o mix. "Somos bastante conservadores e temos dificuldade em aceitar novos desafios", observa.

Para Pereira, a queda na demanda pelos produtos é ocasionada pelo sumiço de costureiras e alfaiates do mercado. "Tínhamos vários desses profissionais na nossa carteira de clientes, mas eles estão aposentando e não têm formação de pessoas novas", avalia. A concorrência com os produtos importados também é um problema para ele. "Trabalhamos com produtos nacionais e a concorrência está muito forte", afirma.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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