A expansão da operação de varejo de companhias originalmente industriais tem, não de agora, se provado uma tendência nos setores têxtil e calçadista. Num mercado cada vez mais competitivo, as empresas sentem necessidade de estar próximas ao consumidor para ganhar agilidade e eficiência no seu atendimento.
O crescimento via abertura de lojas monomarcas, próprias ou franquias, não representa necessariamente uma troca de canal principal de vendas, com foi o caso bem-sucedido da Hering. Na maioria das vezes, os gestores enxergam que o varejo é complementar e fundamental para aumentar a exposição das suas marcas nos shoppings centers.
É o caso da Grendene com a Melissa, da Morena Rosa com a Morena Rosa Shoes e com as lojas da Morena Rosa, da Hope e da Lupo. Todas elas colocaram em prática planos grandes de lojas monomarcas, sem ambição de que elas se tornem a maior parte do seu faturamento.
A diversificação de canais não é um processo simples. Algumas companhias tem receio de que uma meta agressiva de lojas possa espantar os clientes no atacado. O desafio é convencê-los de é um negócio onde todo mundo ganha: as monomarcas aumentam a percepção de valor dos produtos e isso beneficiaria as vendas em todos os canais.
Um maior fôlego no varejo também pode ser uma questão de sobrevivência. Não é a toa que a Coteminas, com planos de se reinventar no seu setor e no mercado de capitais, está capitalizando seu braço varejista. A Springs, que opera as marcas Artex, M.Martan e Casa Moysés, receberá até R$ 169 milhões recursos novos no seu caixa. (MF)
Veículo: Valor Econômico