Na avaliação do economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Gabriel de Andrade Ivo, esse comportamento mais conservador por parte dos empresários, que têm preferido aguardar o desempenho da economia antes de transformar as contratações temporárias em efetivas, pode ser apenas um momento passageiro. Segundo ele, os indicadores econômicos de Minas Gerais favorecem o incremento de vendas e, conseqüentemente, a contratação de temporários e efetivos.
Como indicativos, ele cita a taxa de desemprego em Belo Horizonte, que tem um dos melhores índices do país. A Fundação João Pinheiro (FJP) apurou que, em junho, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou um índice de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA). Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMBH), iniciada em 1996. E o IBGE apurou uma taxa de 4,5%, inferior à média brasileira, de 4,8%.
"E o que vem segurando a economia, inclusive em Minas Gerais, é o setor de comércio de bens e serviços", observa, lembrando que no primeiro trimestre deste ano o PIB de Minas ficou em 2,1%, superando a média nacional, de 0,8%, sendo que o setor de comércio e serviços apresentou um PIB de 2,7%, superior também à taxa média brasileira, de 1,6%. No mesmo período, os setores mineiros da indústria e agronegócios apresentou PIB negativo de 0,2% e 0,1%, respectivamente.
"O momento é de dúvidas, mas é muito positivo", avalia Ivo, ressaltando que, pela primeira vez na história, o governo brasileiro tem feito um esforço de redução da taxa de juros e de estímulo ao consumo. Enquanto a taxa Selic passou de 12,5% para 8% de julho do ano passado para julho deste ano, foram concedidas reduções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 16 segmentos, com destaque para o automotivo e linha branca, grandes empregadores e propulsores da economia.
As expectativas da Fecomércio Minas são positivas para as próximas datas comemorativas, quando aumenta o número de contratações de temporários. Pesquisas realizadas pela entidade apontam que 60,3% dos consumidores de Belo Horizonte estão com disposição para as compras no Dia dos Pais, enquanto 71,9% dos empresários também estão com boas perspectivas de vendas para a data.
Para o Natal, a expectativa é que se repita o bom desempenho de 2011, quanto à contratação de temporários e efetivações. Segundo Ivo, em dezembro do ano passado, 52% das empresas contrataram temporários. Deste total, 35% efetivaram parte do pessoal temporário e outros 7% efetivaram todos os contratados.
Veículo: Diário do Comércio - MG