A proximidade dos eventos esportivos de que o Brasil será sede, Copa do Mundo e Olimpíada, em 2014 e 2016, respectivamente, tem elevado o ânimo do setor de postos de combustível com lojas de conveniência, pela previsão de novos espaços para expansão. Este ano, a perspectiva é alcançar alta de dois dígitos. Assim, o setor deve repetir o sucesso de anos anteriores, em que a expansão ficou por conta do aumento da venda de veículos - fenômeno sentido entre 2010 e 2011 no País.
Além disso, os investimentos em infraestrutura que o Brasil receberá para suprir a demanda em logística e energia, além dos aportes na área de pré-sal, serão os novos fatores responsáveis por ajudar a economia brasileira nos próximos anos. Atualmente estão em operação 39 mil postos revendedores de combustíveis, que alimentam a frota de mais de 80 milhões de automóveis em circulação pelas ruas das cidades.
Os números saltam aos olhos, pois o setor movimentou na economia o montante de R$ 150 bilhões em 2011. Outros R$ 4 bilhões arrecadados anteriormente estão distribuídos entre as quase 7 mil lojas de conveniência no País. Ao total, 18% dos postos de combustível possuem uma loja, cujo tíquete médio se situa na casa de R$ 7. Os espaços atendem o consumidor da classe A à C e o maior frequentador é o público masculino.
O potencial do setor é enorme. Se comparado ao dos Estados Unidos (EUA), em que 89% dos postos de gasolina têm loja de conveniência, dá então para se perceber como a questão dessa operação atualmente é cultural. Na opinião de Cláudia Leon, diretora da Fagga, empresa responsável pela organização da Expopostos & Conveniência, evento que termina amanhã (23), no Rio de Janeiro, com a falta de espaço para a criação de novos pontos comerciais, as redes tendem a apostar cada vez mais nesses espaços para abrir novas operações.
"Dentro dos postos já temos grandes players em atuação. Bob's e Mega Matte trabalham com franquias e é possível perceber a sinergia entre a alimentação e os serviços, e os espaços de conveniência", disse ela. Ainda segundo Cláudia, a perspectiva é de que o segmento (postos com lojas de conveniência) cresça acima do índice do varejo - que este ano está na casa de 6%.
Perspectivas
Dentre os distribuidores de combustíveis em operação no Brasil, cabe destaque à rede Ipiranga, empresa do Grupo Ultra, que está em atuação há 70 anos e conta, ainda, com as marcas Ultragas, Ultracargo e Oxiteno.
Sem divulgar os números projetados para o crescimento este ano, a bandeira tem se empenhado nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste para expandir a marca. Com 6 mil postos de combustível, a rede faturou R$ 42,2 bilhões no ano passado, o que representa aumento 16% maior em relação aos dados de 2010.
A rede é detentora da marca am/pm - 'rede' de conveniência considerada a maior do mercado, com 40% do market share e que opera como franquia -, que tem 1.200 lojas em operação em 340 cidades brasileiras, e de 880 unidades da Jet Oil e Jet Oil Motos, que revendem lubrificantes.
Segundo Jerônimo dos Santos, diretor de Varejo e Marketing da rede, a intenção da Ipiranga é firma-se no mercado e aproveitar a demanda da área de conveniência, que cresce 20% ao ano. Assim, fazer das suas bandeiras as mais reconhecidas do mercado, com destaque para os produtos de produção própria comercializados dentre das lojas am/pm. "Temos planos de crescimento em todo o País, com destaque aos produtos marca própria (fast-food e snacks), que hoje somam 100 itens. Queremos ampliar a nossa identidade dentro desse mercado e atender bem nosso consumidor", afirmou.
No ano passado, só as lojas de conveniência da rede foram responsáveis pelo faturamento de R$ 856 milhões, para chegar ao qual cada uma das lojas movimentou, em média, R$ 80 mil.
Outro dado interessante é que, com o contexto de loja de vizinhança da bandeira am/pm foi possível desenvolver a operação de padaria dentro dos postos. "Hoje temos a maior rede de padarias em operação no Brasil, projeto surgido com a diversificação das operações am/pm".
Veículo: DCI