Mercado nacional acumula perdas

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Compradores aguardam momentos melhores para recompor os estoques.



O mercado nacional de algodão mantém o ritmo lento nos negócios. A retração das cotações internacionais, que já acumula 6,05% em relação ao mesmo período do mês passado, é utilizada como principal argumento pelos compradores que se colocam em posição defensiva, aguardando momentos mais atrativos para a recomposição de estoques.

Na outra ponta, as ofertas no disponível estão melhorando, mas os vendedores ainda são reticentes em aceitar os patamares ofertados. O volume recorde da fibra exportada nos primeiros meses do ano comercial 2012/13 é um fator que pode impedir uma retração dos preços nacionais aos níveis de paridade de exportação, que ficam 13,6% abaixo das cotações indicadas atualmente no mercado.

No CIF de São Paulo, a libra-peso é indicada por volta de R$ 1,58, a menor cotação desde 14 de agosto de 2012, acumulando retração de 3,1% em relação ao mesmo período do mês passado e de 11,2% frente ao mesmo momento do ano passado. A tendência para as próximas semanas continua sendo de recuo, até o ponto em que o interesse de comprador e vendedor se ajustarem.

Recentemente, foi realizada a 18ª edição do Clube da Fibra, em Punta del Este, no Uruguai. Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Sérgio de Marco, uma série de fatores pode favorecer o produtor que plantar algodão na safra 2012/13. "Quem plantar pode ganhar dinheiro em 2013", aposta.

Um dos motivos é que a produção na safra 2011/12 deve ser um pouco inferior ao que prevê a Conab - 1,884 milhão de toneladas -, sendo estimada pela Abrapa e pela Câmara Setorial do Algodão em 1,87 milhão de toneladas de pluma. "Mas pode ser menor, em torno de 1,8 milhão de toneladas", acredita.

Para o presidente, com as exportações na temporada 2011/12 estimadas em 1 milhão de toneladas e consumo da indústria têxtil de 900 mil toneladas, devem faltar 100 mil toneladas na entressafra. "De janeiro a abril do ano que vem o mercado pode sentir este déficit, que é favorável ao preço da pluma", projeta.

Segundo estimativa de setembro da Abrapa, a área a ser plantada com algodão em 2012/13 no Brasil deve ficar próxima a 950 mil hectares. "Mas acho que o produtor pode acabar plantando um pouco mais, caso a cotação da pluma esteja mais favorável na hora da decisão de semear", acrescenta.

Com exceção do Paraná, que conta com um projeto de recuperação da cultura, todos os estados produtores do país deverão reduzir a área em torno de 30% na safra 2012/13, "Neste contexto, teremos oferta menor que a demanda, que é outro fator de suporte às cotações", destaca.

O último fator que pode favorecer o produtor de algodão é a elevação do preço mínimo no ano que vem, atualmente em R$ 44,60 por arroba - estagnado há sete anos. " abaixo do custo de produção, estimado em R$ 50 por arroba. Por isto, estamos pedindo R$ 52 por arroba", comenta Sérgio de Marco. "O Ministério da Agricultura já deu o sinal verde. Falta agora o Ministério da Fazenda", completa.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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