A estratégia de transformar lojas de postos de combustível em pequenos supermercados de vizinhança tem funcionado para o grupo Ultra. A rede de lojas de conveniência da Ipiranga, controlada pelo Ultra, vai alcançar faturamento de R$ 1 bilhão em 2012 se continuar a registrar a mesma velocidade de crescimento dos últimos anos. Desde 2009, as vendas dessas lojas cresce a uma média anual de 24%, e não houve perda no ritmo. No ano passado as lojas de conveniência faturaram R$ 865 milhões, alta de 22% em relação ao ano anterior, informou Jeronimo dos Santos, diretor de varejo e marketing da Ipiranga, dona das lojas am/pm.
O total de pontos da rede am/pm, que ao fim de 2011 somavam cerca de 1,1 mil, chega hoje a 1,3 mil lojas no país, alta de 18% - repetindo o crescimento médio de inaugurações apurado nos últimos três anos. Desde 2009, a quantidade de pontos localizados dentro dos postos aumentou em média 20% ao ano. "Uma das questões que temos hoje passa por manter o ritmo de abertura de lojas dentro do mesmo ritmo de abertura de postos. A gente está tendo que correr atrás", disse Santos.
A Ipiranga tem 6,2 mil postos de combustível no Brasil hoje e 1,3 mil lojas de conveniência. Portanto, a participação da rede am/pm na base total de postos chega a 21% (de cada cinco postos, um tem uma loja de conveniência). Em junho de 2011, essa taxa estava em 18%, como a empresa informou na época. Aumentou, mas dá para fazer esse percentual crescer mais rapidamente. "Nas áreas urbanas do país, excluindo as rodovias, há 4,3 mil postos Ipiranga, e há potencial para colocar lojas de conveniência em metade desse total de postos", disse o diretor da empresa.
Atualmente, nas cidades brasileiras há 1.261 postos urbanos (fora de rodovias) com lojas am/pm. Com base na conta do executivo, haveria, portanto, espaço para mais cerca de mil lojas de conveniência no país. Essa conta é fundamental dentro da estratégia de aumentar a rentabilidade dos postos. A Ipiranga calcula que postos com lojas da am/pm faturam 22% a mais do que postos em que não existe a loja. "O tráfego de clientes aumenta e, consequentemente, o tíquete médio sobe. É uma conta sem erro", disse Antonio Coriolano, sócio da RetailConsulting.
Essa ampliação da base de lojas tem que acontecer ao mesmo tempo em que a empresa tenta diversificar o formato. Nessa linha, a rede começou neste ano a abrir espécies de minipadarias nas lojas de postos com menos de 50 metros quadrados. Em unidades com até 100 metros quadrados, já existem padarias que chegam a ocupar 20% da área das lojas. Mas os pontos menores não ofereciam o serviço até o começo do ano. A Ipiranga opera hoje 110 padarias nas lojas am/pm. Elas conseguem ampliar em até 40% o faturamento da loja.
A empresa controla todo o processo de distribuição dos produtos da loja. Dois centros de distribuição, em São Paulo e Rio Grande do Sul (com 10,2 mil metros quadrados no total), estocam mais de 250 milhões de itens comercializados ao ano. Quarenta caminhões terceirizados são responsáveis pelas entregas pelo país e uma equipe de 40 pessoas visita todas as semanas as 1,3 mil lojas da rede. São "consultores de negócio" que orientam e prestam assessoria para os responsáveis pelas lojas.
Veículo: Valor Econômico