Queda da produção de grãos será de 2,5%, estima governo

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O forte aumento de custos, principalmente dos fertilizantes, e a escassez de crédito para o plantio, sobretudo na região Centro-Oeste, continuam a resultar em projeções de queda da produção brasileira de grãos nesta safra 2008/09, cuja semeadura de verão está em andamento. 

 

Levantamento divulgado ontem por Conab e IBGE apontam que a colheita renderá, no total, 140,3 milhão de toneladas, 2,5% menos que no ciclo 2007/08 (143,9 milhões). Como os órgãos do governo confirmam que a área plantada foi 0,2% maior nesta temporada (47,5 milhões de hectares), mais uma vez fica evidente que a perda decorre do menor uso de tecnologia (especialmente fertilizantes) nas lavouras, que tende a limitar as produtividades mesmo em um ano de clima aparentemente favorável às plantas. 

 

Carro-chefe do campo nacional, a soja até que não sofrerá tanto, conforme as projeções divulgadas ontem. Segundo divulgou a Conab, a produção do grão, que ocupa uma área 0,3% menor (21,2 milhões de hectares), alcançará 58,8 milhões de toneladas em 2008/09, 2% abaixo de 2007/08 (60 milhões). 

 

O milho, segunda principal colheita no país, sofrerá mais. Para o verão, quando a área plantada recuou 3,2%, para 9,3 milhões de hectares, o governo estima produção de 37 milhões de toneladas. No total, incluindo a safrinha de inverno, a área está prevista em 14,5 milhões de hectares, queda de 2,1% sobre 2007/08, e a colheita deverá ficar em 54,4 milhões de toneladas, uma retração de 7,2%. 

 

O último levantamento de Conab e IBGE também confirma tendências já apontadas em estimativas anteriores, como a forte queda da produção de algodão em caroço (20,9%, para menos de 2 milhões de toneladas) e os crescimentos das safras de arroz (1,6%, para 12,2 milhões de toneladas), feijão (5%, para um total de 3,7 milhões de toneladas) e trigo (53,4%, para 5,9 milhões de toneladas). 

 

Vale lembrar que, para o trigo, a estimativa envolve o último plantio, realizado ainda em um ambiente de preços elevados no mercado internacional no primeiro semestre. Naquele contexto, o nível das cotações compensava o aumento de custos, conforme análise da Conab. De lá para cá, entretanto, as curvas de preços não só do trigo, mas das commodities agrícolas em geral, tornou-se descendente. 

 

Ontem, na bolsa de Chicago, principal referência para as cotações internacionais de soja, milho e trigo (as principais commodities agrícolas negociadas no planeta), até que houve altas significativas - insuficientes, porém, para compensar as profundas erosões dos últimos meses. 

 

No caso do milho, os contratos para março, que ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez), encerraram a sessão a US$ 3,30 por bushel, ganho de 20,75 centavos de dólar (6,71%) sobre sexta-feira, quando o tombo foi forte por causa da divulgação do aumento do nível de desemprego nos EUA. Por essas e outras, a queda acumulada em 2008 ainda chega a 29,3%, conforme cálculos do Valor Data. 

 

A segunda posição da soja (março) subiu ontem 38,25 centavos de dólar (4,86%), para US$ 8,2550, mas ainda acumula retração de 32,02% neste ano. E a segunda posição do trigo (março), finalmente, subiu 15 centavos de dólar (3,15%), para US$ 4,9050 por bushel, mas ainda aparece com desvalorização de 45,07% de janeiro até agora. 

 

Veículo: Valor Econômico


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