Os efeitos da crise estão sendo discutidos em um seminário internacional organizado pelo governo do Paraná que reúne em Curitiba empresários, políticos e economistas. Na abertura, na noite de domingo, o presidente da Gradiente, Eugênio Staub, disse que deve ser estendido um tapete vermelho para quem quer fazer investimentos. Ele defendeu a redução de impostos e de juros e a preservação do crédito à habitação. O presidente do grupo Positivo, dono da Positivo Informática, Oriovisto Guimarães, mostrou sua preocupação com a variação do câmbio. "É quase impossível gerir uma empresa."
Staub prevê que o segmento de eletroeletrônicos não deve se sair tão mal. "O setor venceu outras crises, como desvalorização do câmbio e queda no financiamento. A pessoa deixa de comprar um automóvel e compra uma televisão", comentou ele, que não quis falar de sua empresa. "De Gradiente eu falo outro dia." O empresário comparou o atual cenário com o de filmes de cinema. "De repente, acordamos um dia com a notícia de que um meteoro se dirige à terra com o risco de destruí-la em poucos dias ou semanas." Guimarães, da Positivo, disse não ser partidário do câmbio fixo, mas defendeu a discussão de alternativas de alguma previsibilidade para a variação do dólar, "que não sejam os simples hedges" feitos pelos bancos. "Esses dias ganhamos uma concorrência do governo federal para fornecer 170 mil computadores no ano que vem", contou. "Como é que eu faço a conta?", questionou, aos participantes. "Juros mais altos, dólar que não encontra patamar de estabilidade, crédito mais escasso significam necessariamente menos vendas
Veículo: Valor Econômico