Segmento espera registrar em 2012 o melhor Natal dos últimos anos.
O Natal deste ano deve ser um dos melhores dos últimos tempos. Esta é a expectativa da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), que projeta, para este segundo semestre, uma injeção de recursos da ordem de R$ 12,5 bilhões, provenientes do pagamento do 13º salário no Estado. Segundo o economista da entidade, Gabriel de Andrade Ivo, o montante representará um aumento de 19,05% em relação ao volume apurado em 2011.
Dos recursos provenientes do 13º salário, boa parte, cerca de R$ 3,8 bilhões, começou a ser paga em setembro aos 3,4 milhões de beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de Minas Gerais. No entanto, a maior parcela, de R$ 8,7 bilhões, será recebida entre novembro e dezembro por aproximadamente 5 milhões de empregados formalizados.
"A utilização desses recursos deve ser uma mescla entre três prioridades", acredita Ivo. Uma parte deve ser usada para quitação de dívidas contraídas, em sua maior parte, entre dezembro do ano passado e março deste ano. A outra parcela deve ser usada para pagamento de tributos e taxas como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), matrícula e material escolar. E, por fim, a terceira fatia será destinada ao consumo, principalmente no Natal.
Entre os motivos elencados por Ivo para justificar esse aumento de 19,05% no volume de recursos do 13º salário esperados para este ano, destacam-se o aumento real do salário mínimo, que passou de R$ 545,00 em dezembro do ano passado para R$ 622,00 em janeiro deste ano, além dos indicadores positivos de empregabilidade. A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por exemplo, tem uma das menores taxas de desemprego entre as capitais brasileiras. Em agosto, ficou em 4,3%, ante 4,4% em julho e 4,3% em junho, enquanto a média nacional foi de 5,3%.
Impostos - Outro fator que vai contribuir positivamente para o incremento das vendas no Natal são os estímulos oferecidos pelo governo federal, principalmente a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos da linha branca. E somado à queda de preços desses produtos, há o acesso facilitado ao crédito, que alcançou também a classe C.
Administrar o desejo de consumo, créditos e débitos tornou-se um desafio para este consumidor, que tem ficado cada vez mais endividado. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em agosto 60% das famílias brasileiras tinham algum tipo de dívida. E embora os próprios comerciantes e as entidades representativas do setor percebam o elevado nível de comprometimento da renda do consumidor, este não é visto como o maior dos problemas. "O fator mais preocupante é o índice de inadimplência que, em Minas, mantém-se estável, da ordem de 5,7%, como verificado em setembro", pondera.
Veículo: Diário do Comércio - MG