É preciso deixar a vergonha de lado e provar o produto na loja, antes de comprar. Biotipo do usuário e conforto devem ser levados em consideração
Comprar um colchão pode parecer tarefa fácil, mas uma pesquisa realizada pela associação de defesa do consumidor Proteste mostrou a tarefa requer bastante cautela. É que, de dez produtos testados pela entidade -- colchões de casal com densidade 33 --, apenas dois foram considerados próprios para uso. Os critérios avaliados foram resistência, dimensão, pureza, etiquetas, marcações, densidade, colagem das espumas e, enfim, conforto. E foram esses oito itens que chamaram atenção para a importância de investir no meio onde se passa um terço da vida.
A dona de casa Rosilene Maria Santiago, de 46 anos, procurava para a mãe, a pensionista Terezinha Maria Santiago, 84, um colchão confortável. “A gente vai se mudar para uma casa menor, então vai ter que trocar a cama de casal por uma ‘solteirão’. Resolvi aproveitar a oportunidade para comprar um novo colchão para minha mãe, ela precisa ter um sono mais tranquilo”, diz ela, que vai trocar o modelo de espumas pelo de mola.
A escolha de Rosilene foi ao encontro do conselho sugerido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). De acordo com o órgão, o colchão deve se adequar ao peso e à altura de cada pessoa, proporcionar uma posição ortopedicamente correta que apoie o corpo e minimize os esforços musculares durante o repouso, ser firme e flexível -- isto é, ser confortável e, ao mesmo tempo, dar a sustentação suficiente para suportar todo o peso do corpo sem ceder.
“O consumidor deve analisar a densidade do colchão, que é a resistência do produto, levando em conta o peso de cada pessoa. No caso dos colchões de casal, o mais apropriado é comprar o colchão na densidade compatível com a pessoa mais pesada”, instrui a integrante da Diretoria da Qualidade do Inmetro, Aline Oliveira. Ela explica, ainda, que os prazos para o Programa de Avaliação da Conformidade para Colchões e colchonetes de espuma flexível de poliuretano ainda não estão vigentes. “Já existem marcas que estão certificadas no escopo da Portaria 79/2011 e registradas no Inmetro. Recomendamos que o consumidor procure no mercado essas marcas.”
A vendedora Norma Oliveira, da Sonho Meu Colchões e Acessórios, lembra que o consumidor tem total liberdade de escolher o produto que quer comprar, mas diz que a hora da decisão conta, também, com a instrução da equipe. “Quando um cliente chega procurando por um colchão, a primeira coisa que perguntamos é quem vai usar. Partindo dessa informação, avaliamos o biotipo do usuário, que vai determinar qual é a densidade adequada”, detalha. Norma ressalta, ainda, que nos casos em que não há indicação médica, a decisão pelo colchão de mola, madeira ou espuma parte do conforto do cliente.
Instrutora no setor de treinamento de franquias da Ortobom, Edila Viana confirma que os vendedores ainda veem muitos clientes guiados pelo preço, mas que a tendência é o aumento da busca pelo conforto. “É importante buscar uma loja de colchões que tenha a presença de um instrutor porque, muitas vezes, aquele colchão que o cliente deseja não é o ideal para suas condições. Ter uma instrução já ajuda a detectar a melhor opção”, acrescenta.
Veículo: Diário de Pernambuco