Para tentar frear queda global na venda de aparelhos, empresas lançam sistema com o quádruplo de pixels do Full HD
Modelo da LG com 84 polegadas custará R$ 40 mil; além do preço, falta de conteúdo no formato é obstáculo
Enquanto a maioria dos consumidores parece estar satisfeita com a qualidade da imagem de seus televisores Full HD, fabricantes já apostam em modelos com o quádruplo dessa resolução, que exibem imagens ainda mais nítidas -um salto semelhante ao do DVD para o Blu-ray.
Na CES, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, que acontece nesta semana em Las Vegas, empresas como LG, Panasonic, Samsung, Sharp, Sony e Toshiba apresentaram aparelhos de até 110 polegadas com o novo formato, conhecido como Ultra HD ou 4K.
O recurso é uma das estratégias para aumentar as vendas globais de televisores, que caíram 8% em 2012 ante o ano anterior, de acordo com a consultoria NPD.
Por enquanto, porém, a oferta de conteúdo é pequena e os aparelhos são caros.
A imagem na tela é formada por milhares de pontos, chamados pixels. Uma tela Full HD tem 1.920 pixels de largura e 1.080 pixels de altura. Na resolução mínima do Ultra HD, esses números vão para 3.840 pixels e 2.160 pixels, respectivamente, quadruplicando o total de pixels.
Demonstrando na CES modelos com lançamento previsto ainda para este ano e protótipos, a maioria das fabricantes não revelou preços nem datas exatas.
PREÇO
Um modelo Ultra HD da LG com 84 polegadas custará US$ 20 mil (R$ 40 mil), US$ 5.000 a menos do que um aparelho do mesmo tamanho demonstrado em setembro pela Sony, que anunciou na CES modelos Ultra HD de 55 e 65 polegadas "mais acessíveis", sem mencionar valores.
A Sharp demonstrou também um protótipo de 85 polegadas com definição ainda maior, batizado de 8K, com resolução de 7.680 pixels por 4.320 pixels.
O problema de transições como a do Full HD para o Ultra HD é a falta de conteúdo no novo formato nos primeiros anos -basta lembrar que ainda hoje boa parte da grade das emissoras brasileiras é transmitida em baixa resolução, por exemplo.
Para começar a suprir essa demanda, a Sony anunciou um serviço de transmissão de filmes pela internet em 4K que deve estrear nos EUA até julho.
Quando a fonte da imagem tem resolução abaixo de Ultra HD (um Blu-ray, por exemplo), as TVs fazem um processo chamado "upscaling", que consiste em esticar a imagem para preencher a tela, com perda de qualidade.
FULL HD NO CELULAR
Enquanto começa a ser ultrapassado nos televisores, o Full HD vira padrão em telas bem menores: as dos smartphones de topo de linha, como o Droid DNA, da HTC, à venda atualmente nos EUA, e o Xperia Z, da Sony, apresentado na CES.
Futuras gerações de celulares e tablets também terão suporte a Ultra HD. A fabricante de chips Qualcomm anunciou na CES uma linha de processadores, a Snapdragon 800, capaz de reproduzir e gravar conteúdo no novo formato.
Veículo: Folha de S.Paulo