A nova classe C está ávida por consumir, especialmente produtos e serviços aos quais não tinha acesso antes. Mas, se por um lado este cenário ampliou o mercado do que antes era destinado à alta renda, colocou em desprestígio as velhas marcas populares que durante décadas foram consumidas por esta classe emergente. Para não serem abandonadas, essas empresas estão modificando os seus produtos e buscando uma reidentificação com os seus antigos consumidores.
“A classe C mudou muito. Ela quer coisas novas. Isso deixou as velhas marcas em uma situação difícil. O consumidor não quer lembrar do tempo em que não tinha uma condição financeira boa”, comenta Gustavo Amaral, gerente de Montilla da Pernod Ricard Brasil. A marca, que tem 55 anos de fundação, mudou sua embalagem pela primeira vez para se adequar aos novos rumos do mercado.
“Entendemos que a bebida tem que acompanhar o público. Então, queremos transformar a maneira como o consumidor percebe Montilla sem perder nosso elo com o povo nordestino e sua cultura. Por isso, investimos neste projeto como forma da marca dialogar com seu público sob a ótica da arte, cultura e modernidade. Isso porque a arte sempre foi algo associado às classes A e B”, detalhou o executivo.
A nova embalagem da Montilla é uma edição limitada. Bastante colorida, traz personagens da cultura regional, além do famoso pirata da marca, impressos em uma leitura pop da xilogravura. O trabalho foi desenvolvido pelo coletivo Monstra, do Ceará. A garrafa chegará às gôndolas, a partir do dia 25, sem alteração de preço, que em média custa R$ 15,90.
Veículo: Diário de Pernambuco