Produtor de banana do Vale do Ribeira já acumula perda de 40%

Leia em 1min 50s

Os produtores de banana do Vale do Ribeira (SP), um dos principais fornecedores do Brasil, estão amargando prejuízos nesta safra. O excesso de oferta da fruta junto com a diminuição do consumo devido às férias  escolares fizeram com que o preço ficasse abaixo do custo. A região tem 36 mil hectares dedicados à bananicultura, e 80% de toda a economia da área vêm da atividade bananeira, que conta com quatro mil produtores.

Antes de chegar às gôndolas dos supermercados e feiras, a fruta passa por um longo processo, que leva um ano. Para produzir, o agricultor precisa de muita mão de obra: é necessário cultivar, adubar e impedir que pássaros e insetos ataquem os cachos. Cerca de 50% do custo é gasto com equipes para tratar e defender os bananais.

O produtor rural Edson Kamashiro afirma que é preciso de 12 a 15 pessoas pra tocar a propriedade. Ele relata que está difícil conseguir mão de obra devido à falta de pessoas.

Em média, o bananicultor gasta R$ 0,60 para produzir um quilo da fruta. O preço pago a ele, atualmente, é de R$ 0,36. Na safra 2011/2012, o valor foi de R$ 0,62. De acordo com Kamashiro, o prejuízo é grande e desanimador.

"Estamos pegando bem abaixo do custo de produção, podendo, em um futuro bem breve, não poder investir nos tratos culturais necessários para a lavoura", afirma Kanashiro.

Outro problema indicado pelos bananicultores é que, apesar de o preço pago pela banana estar muito baixo, o consumidor continua pagando caro pelo produto.

Para a Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), as condições impostas pelo varejo aos distribuidores são extremas e acabam por afetar toda a cadeia.

" Com disponibilidade de repositores, descontos na hora do pagamento e promoções, quando o consumidor vê um preço barato, ele pode ter certeza que quem está patrocinando isso é o agricultor e não a grande rede", explica o agrônomo Agnaldo José de Oliveira, da Abavar. "Hoje, a banana nanica é vendida de R$ 2,00 a R$ 2,50 no varejo. A prata é comercializada a R$ 3,60. Nós observamos uma concentração no varejo, em grandes redes, e essas grandes redes impõem condições, contratos e, consequentemente, não conseguem pagar um preço melhor para os agricultores", conclui Oliveira.


Veículo: DCI


Veja também

Curso reduz despesa com seguro-desemprego

Desde o ano passado, brasileiros que fazem o pedido do seguro-desemprego pela terceira vez em um intervalo de dez anos s...

Veja mais
Brasil precisa de três anos para estancar prejuízos logísticos

Apesar do discurso otimista do governo federal com relação às melhorias na logística do Pa&i...

Veja mais
Vendas tiveram elevação de 15,8% em 2012

No ano passado, faturamento do setor farmacêutico alcançou R$ 49,6 bilhões, crescimento de 15,8% .Qu...

Veja mais
Governo resiste à pressão para brecar importação de roupas

Técnicos do ministério avaliam que pedido de salvaguarda para confecção é 'frá...

Veja mais
Cafeicultor familiar do Rio pode dobrar renda com melhoria da qualidade do grão

A Secretaria Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro quer dobrar a renda do cafeicultor familiar no estado a partir da...

Veja mais
China impõe taxa sobre dois produtos dos EUA e da UE

A China começará a impor taxas antidumping, que vão de 10,6% a 18,8%, sobre dois tipos de produtos ...

Veja mais
Maioria de aposentado voltaria a trabalhar, diz pesquisa

O aquecimento do mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos animou os profissionais aposentados. Hoje, num c...

Veja mais
Governo resiste à pressão de brecar importação de roupa

O governo está resistindo à pressão do setor têxtil para frear a entrada de roupas importadas...

Veja mais
Varejistas do Recife estão otimistas com nova gestão municipal, revela pesquisa

Mais de 90% dos empresários esperam vendas maiores neste ano, segundo a sondagemAinda não completou um m&e...

Veja mais