O mercado de café levou um forte tombo no dia 22 passado. Segundo o analista de Safras & Mercado Gil Barabach, o curioso é que isso aconteceu logo depois de o mercado ter atingindo a maior cotação desde novembro de 2012. O vencimento março-13 do café arábica na ICE Futures US havia tocado em 157,90 centavos de dólar por libra-peso na última sexta-feira, sustentando ganhos de quase 12% em relação ao fundo, obtido no último dia de 2012, quando o café foi negociado na mínima do pregão em 141,25 cents/lb.
Conforme Barabach, o avanço havia sido garantido em boa parte pela recomposição da carteira dos fundos. Tanto é que, na divulgação do relatório de posição dos agentes na ICE Futures, houve uma redução de 9.906 contratos na carteira líquida vendida dos não-comerciais, que saíram de 18.985 para 9.079 contratos em apenas uma semana.
Esses agentes ajustam suas carteiras por entender que o mercado já não tem a mesma força negativa de antes, haja vista que já acumulou forte desvalorização ao longo de 2012. As variáveis negativas já foram precificadas. E também é inegável que foram influenciados pelo sentimento positivo em relação à economia mundial para este ano, que dominou as projeções e os depoimentos de diversos investidores nos primeiros dias deste novo ano.
Só que os expressivos ganhos na primeira quinzena do ano junto à drástica redução na carteira líquida vendida de fundos acabaram levantando a suspeita de exagero. O ambiente de crise e as indicações de que o futuro promissor da economia mundial não é lá muito sólido levou a uma rápida reversão desse processo.
Nesse sentido, os contratos com entrega em março perderam rapidamente a linha de 155 cents, o que acentuou a leitura técnica negativa, acelerando as ordens de venda. O café perdeu também a linha de 150 cents. Depois desse duro golpe, acabou encontrando mínima em 148,20 cents/lb. O feriado nos Estados Unidos do dia 21 ajudou a potencializar o movimento ao concentrar atuação no pregão do dia 22.
Veículo: Diário do Comércio - MG