De olho no consumidor das áreas carentes, o mineiro Elias Tergilene, ex-carroceiro e vendedor de esterco que hoje é um dos empersários mais bem-sucedidos do estado, tendo fundado a rede de shoppings Uai, acaba de associar-se ao Oiapoque, o primeiro empreendimento popular de Belo Horizonte. O valor da negociação ainda é mantido em sigilo pelos empreendedores, assim como a divisão dos negócios a partir de agora. Fontes ouvidas pelo Estado de Minas revelam que o Uai passou a controlar 25% do Oiapoque.
“Fizemos uma união de forças para crescer pelo Brasil inteiro”, afirma Tergilene, que promete se tornar o rei dos negócios populares no país. Ontem, ele lançou no Rio de janeiro a Favela Participações, holding com mais de dez negócios com comunidades. Junto com a rede Uai, a holding deve investir R$ 1 bilhão em shoppings populares nos próximos cinco anos no Brasil.
A meta dos empreendedores é construir de três a quatro shoppings por ano. Em BH, o primeiro deve ser no Aglomerado da Serra. No Morro do Papagaio, o grupo identificou vocação para negócios na área de serviços e pretende fazer uma cozinha especializada para salgados, doces e bolos para festas infantis.
Além de shoppings, a rede Uai firmou parceria com a Caixa Econômica Federal para instalar dois correspondentes bancários dentro das favelas, com oferta de linhas como o consignado e o microcrédito. Os projetos vão empregar trabalhadores que vivem nos aglomerados. “O próprio empresário que está no local vai operar as lojas. Não estamos levando o empresário do asfalto para a favela. Nosso objetivo é fazer o empreendedor da favela virar patrão”, observa Tergilene.
Ele afirma que já recebeu contato de grandes redes com interesse de negócios em vilas e favelas, como Cacau Show, Camisaria Colombo, Boticário, Chilli Beans e Água de Cheiro. A rede Uai já conta com quatro shoppins em BH e dois em Manaus.
Veículo: Estado de Minas