O Brasil respondeu por mais de 60% da ampliação de área plantada com variedades geneticamente modificadas, os transgênicos, em 2012. Ao todo, o País chegou a 36,6 milhões de hectares cultivados com sementes modificadas, num crescimento de 6,3 milhões de hectares. Em todo o mundo a ampliação de área chegou aos 10,3 milhões de hectares, incremento de 6% sobre 2011. Os dados fazem parte do relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa).
Este foi o quarto ano consecutivo que a agricultura brasileira liderou o crescimento mundial de área com transgênicos. Para a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, a importância econômica das variedades geneticamente modificadas tem garantido a adoção das novas biotecnologias no campo. "A produtividade elevada e o retorno econômico maior ao produtor atraem cada vez mais", acredita. "Os agricultores passaram a perceber melhor os resultados das novas tecnologias e têm aderido cada vez mais", lembra.
Na comparação com 2011, quando foram plantados 30,3 milhões de hectares com transgênicos, a ampliação no ano passado chegou a 21%. As variedades plantadas no País são soja, milho e algodão.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos, embora a diferença entre os dois países venha diminuindo gradativamente ao longo dos anos.
Um dos motivos para a distância com os norte-americanos é a variedade de produtos transgênicos plantados. Nos EUA, além da soja, do milho e do algodão, também são cultivadas canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba.
Segundo Adriana, a ausência de mais produtos regulamentados se deve às exigências envolvidas. "São necessários muitos estudos e um longo processo regulatório", lembra.
Recentemente a Embrapa anunciou a certificação do feijão transgênico, o qual ainda não ganhou as lavouras. "Também temos uma resistência interna que contribui para o maior avanço dos produtos geneticamente modificados", disse.
Para a bióloga, o Brasil tem todas as condições para manter o ritmo de crescimento das áreas de transgênicos. "Como o produtor está atento às novas tecnologias e tem acesso a elas, é possível que continuemos registrando altos níveis de adoção de transgênicos nos próximos anos", calcula ela.
O levantamento do Isaaa, comparando o total mundial plantado nos anos de 1996 e de 2012, detecta uma ampliação de 100 vezes da área cultivada.
Conforme o CIB, outro destaque do levantamento Isaaa deste ano é o predomínio dos países em desenvolvimento como propulsores da adoção da biotecnologia. Dos 28 países que plantaram variedades geneticamente modificadas no ano passado, 20 são países em desenvolvimento.
Veículo: DCI