Beleza e funcionalidade sustentam a expansão do mercado de decoração, design e utilidades domésticas no Brasil. Nos últimos dez anos, o segmento cresceu 500%, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Design de Interiores (ABD).
O aumento de renda da população e o crescimento imobiliário também aparecem como pilares que sustentam o interesse do consumidor em deixar o lar mais bonito. Dessa forma, famílias com renda de até R$ 5 mil aumentaram em até seis vezes os gastos com artigos para casa e são responsáveis pela movimentação de até R$ 18 bilhões por ano.
"Não se trata de uma tendência passageira. O consumo, sim, pode cair nos próximos anos, mas as exigências em relação aos produtos não têm mais volta e as empresas terão de estar alinhadas a essas demandas", explica Gisela Schulzinger, professora de design da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). " Hoje, um objeto para casa preserva as características funcionais e ganha apelo estético", analisa a especialista da ESPM.
O segmento reserva oportunidades para empresas de pequeno porte, que podem ganhar competitividade no mercado trabalhando com uma escala mais enxuta de produção e importação de itens.
Com investimento inicial de R$ 18 mil, o empresário Rafael Biasotto deu início à Uatt? em 2001. Atualmente, a rede especializada em produtos "descontraídos" tem 1,2 mil itens diferentes no portfólio, com a renovação de 400 deles todos os anos. É justamente esse potencial de desenvolvimento de novos produtos que ajuda no crescimento da marca, que prevê faturar R$ 155 milhões este ano.
No ano passado, o faturamento já foi de R$ 102 milhões. As vendas em lojas multimarcas são responsáveis pela maior parte do faturamento. Mas o plano é equilibrar essa conta. "Estamos buscando maior representatividade do mercado de franquias e devemos finalizar o ano com 30% de participação do franchising no faturamento", afirma Biasotto. Para atingir essa marca, a Uatt? espera fechar 2013 com 130 lojas.
Potencial. O mercado de moda para casa vive uma fase de expansão mundial. No Brasil, os reflexos do crescimento do setor de construção civil impulsionaram as vendas e a proliferação de negócios voltados para o uso doméstico e decorativo. Mas esses empreendimentos vivem um momento de desafio. "As empresas têm necessidade de pensar em um produto global, com capacidade para concorrer com o mercado externo", explica Mauro Jordão, presidente da Gift Fair, a maior feira do segmento na América Latina.
Interessadas no poder de consumo dos brasileiros, as fabricantes estrangeiras enxergam no País uma porta de entrada para seus produtos. Não foi à toa, portanto, que a empresária Ana Simões encontrou facilidades para fundar a A&S Importadora.
No fim de 2010, em parceria com um sócio, ela procurou as principais fabricantes mundiais de produtos desenvolvidos sob os conceitos do "fun design". A iniciativa ajudou a empresa a firmar contratos de exclusividade com empresas conceituadas. Hoje, a A&S distribui cerca de 10 mil produtos, em todo o País, de marcas como ThumbsUp e Takkoda.
Veículo: O Estado de S.Paulo