Varejista de roupas troca franqueados e revisa tamanho de ponto de venda
Quem passar esta semana pelo shopping Mooca Plaza, na capital paulista, vai encontrar a loja da Coca-Cola Clothing fechada. Um aviso colado na porta diz que o ponto de venda permanecerá inoperante até o dia 04 de abril para “troca de coleção”. Na verdade, não é bem este o motivo. Com pouco mais de um ano de vida, a marca li- cenciada pela AMC Têxtil — dona das grifes Forum, Tufi Duek, Triton, Colcci, Carmelitas e Sommer —, começa a fa- zer alguns ajustes.
A unidade do shopping Mooca está mudando de dono. “O antigo proprietário tinha um perfil mais de investidor do que de lojista. Além disso, o atual dono queria adquirir duas lojas novas e outras duas já em operação. Uma delas será a do shopping Mooca”, afirma André Jorio, diretor de marca da Coca- Cola Clothing.
A loja deve permanecer fechada por um total de oito dias, mas o executivo não acredita em danos para a marca. “É claro que manter uma loja fechada não é bom. Foi acidente de percurso, mas faz parte. A Coca-Cola faz questão que a loja passe por um processo de auditoria antes que o novo proprietário assuma a operação”, diz Jorio.
Já na loja do shopping Eldorado, fechada há dois meses, o problema foi o tamanho da área de venda. Com apenas 20 metros quadrados, a unidade chamava atenção pelo pequeno espaço no qual vendedores, clientes e manequins tinham que se espremer. “A unidade do Eldorado foi um erro. Chegamos a conclusão que precisamos de no mínimo 60 metros quadra- dos para a operação”, diz Jorio. A loja do Eldorado será reaberta mas em um espaço maior e sob uma nova gestão. “Do ponto de vista do consumidor, não se trata de um prejuízo para a marca manter uma loja fechada por algum tempo. Mas estes acontecimentos mostram que os franqueadores precisam ser mais ágeis na identificação de problemas”, afirma Adir Ribeiro, especialista em franquias da Praxis Business.
Meta
Em meados de 2012, quando ain- da tinha oito lojas em operação, o objetivo era encerrar o ano com 20 franquias. E Jorio conseguiu. Hoje são 21 lojas em funcionamento. Mesmo tendo cumprido seu plano, o executivo prefere não divulgar seus novos passos. “O ano passado foi maravilhoso para nossa operação, mas o mercado está de olho. Nossa equipe de criação, por exemplo, tem sido muito assediada pela concorrência. Por isso prefiro não dar muitas pistas para a concorrência sobre o que vamos fazer”, afirma.
A Coca-Cola Clothing atrai um perfil de clientes entre 18 e 22 anos. Com um tíquete médio de R$ 180, a rede lança 700 itens por trimestre. As roupas usam como inspiração a marca de refrigerante mais famosa do mundo, mas apenas 20% das peças de uma coleção dão destaque para o logotipo. O executivo admite que tem um determinado público que prefere não usar peças nas quais a marca do refrigerante se destaca.
Assim como aconteceu com a famosa bebida, a meta de Jorio é fazer as roupas da marca serem consumidas sem restrição de classe social ou idade. Além de São Paulo, a rede possui lojas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, Pernambuco, Mato Grosso e Distrito Federal
Veículo: Brasil Econômico