Com previsão de ultrapassar faturamento de R$ 9 bilhões este ano, a varejista de móveis e produtos eletroeletrônicos Máquina de Vendas investirá cerca de R$ 60 milhões até dezembro no processo de integração das redes Ricardo Eletro, Insinuante, Eletro Shopping, City Lar e Salfer. "A companhia quer estar preparada para fazer uma eventual oferta pública inicial de ações (IPO) em 2014", disse Luiz Carlos Batista, presidente do conselho da Máquina de Vendas, ao Valor.
Após promover fusões entre cinco empresas em três anos, a rede soma atualmente 1.100 lojas e 26 mil funcionários. Para este ano, Batista informa que não está nos planos voltar fazer aquisições ou fusões.
A Máquina de Vendas tampouco tem uma meta agressiva de abertura de lojas para ano. As novas unidades serão inauguradas naturalmente nos novos shoppings que surgirem, disse Batista. "Neste ano, queremos crescer para dentro, melhorar as margens, capturar as sinergias", disse Batista, fundador da rede baiana Insinuante.
Segundo o empresário, cerca de 70% das áreas de compras, financeira, jurídica e de atendimento ao consumidor já estão integradas. O que está mais atrasado é a parte de sistemas de tecnologia da informação. "Isso está sendo uma prioridade para a companhia hoje", disse.
O conselho de administração da empresa, comandado por Batista, já aprovou que, a partir deste ano, a Máquina de Vendas passará a publicar suas demonstrações financeiras. "É um dos passos para dar mais transparência e conseguir levar a companhia a mercado", afirmou Batista, fundador da Insinuante.
Gastos com demissões e desativação de alguns centros de distribuição, que são parte do processo de integração, têm pressionado a margem Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia, observa Batista. Além disso, a rentabilidade das redes varejistas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos em geral tem sido sacrificada pela agressiva competição em preços. No entanto, afirmou ele, a Máquina de Vendas tem hoje um poder de barganha privilegiado com a indústria pelo porte que atingiu.
Líder do setor, a Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, faturou R$ 26,13 bilhões no ano passado, com aumento de 7,8% em relação a 2011.
Batista diz que o crescimento da Máquinas de Vendas ficou entre 8% e 10% no período, uma performance que ele considerou dentro da meta.
Com esse desempenho, a Máquina de Vendas permaneceu um pouco atrás da segunda colocada no ranking do setor, a Magazine Luiza, que faturou R$ 9 bilhões no ano passado, com alta de 19,1%.
O presidente do conselho da Máquina de Vendas disse que nos dois primeiros meses deste ano, a companhia registrou crescimento de 7,5% em relação a igual período do ano passado.
Veículo: Valor Econômico