As exportações do Rio Grande do Sul recuaram 7,2% no acumulado de janeiro a março, em comparação com o mesmo período de 2012, e somaram US$ 3,5 bilhões. O desempenho negativo do Estado foi impulsionado, em grande parte, pela queda de 13% do setor industrial gaúcho, uma desaceleração bem mais acentuada do que a média nacional (-9,9%).
Os embarques fabris atingiram US$ 2,9 bilhões. Já as vendas externas de produtos básicos registraram forte elevação, de 34,5% (total de US$ 553 milhões). “Os graves problemas de competitividade da nossa economia estão evidenciados na balança comercial e, mesmo com a recuperação das exportações de produtos primários, a indústria não consegue apresentar uma retomada consistente neste início de ano, resultando num primeiro trimestre bastante decepcionante”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller.
As retrações ocorreram em 12 dos 25 segmentos industriais. Quatro deles foram determinantes para o resultado restritivo devido à sua elevada participação (44%) na pauta das exportações gaúcha: máquinas e equipamentos (-44,2%), produtos alimentícios (-24,3%), tabaco (-21,1%) e produtos químicos (-6,7%). “Os principais setores econômicos sofrem por causa da menor demanda externa, do câmbio ainda valorizado e da elevada concorrência internacional. A economia brasileira precisa de um choque de competitividade. Os custos têm crescido em todos os segmentos, o que impossibilita para essas indústrias manter a sua fatia de mercado no exterior”, comentou Müller.
No que se refere aos destinos, os Estados Unidos garantiram o primeiro lugar ao receberem 9,6% dos produtos gaúchos enviados ao exterior no acumulado do ano, principalmente milho em grão e hidrocarbonetos. Na segunda posição, a Argentina respondeu por 9,5% de tudo que o Rio Grande do Sul vendeu, apesar de os argentinos terem diminuído os seus pedidos em 17%. Os itens exportados ao país vizinho se concentraram em éteres, polietilenos e veículos automotores.
O Rio Grande do Sul foi o quarto estado que mais exportou no primeiro trimestre de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado, respondendo por 6,9% da pauta brasileira. A primeira posição ficou com São Paulo (24,5%), seguido por Minas Gerais (14,7%) e Rio de Janeiro (10,1%).
Nessa base de comparação, as importações totais do Estado cresceram 35%, totalizando US$ 3,6 bilhões. As principais categorias registraram aumentos significativos, como combustíveis e lubrificantes (88,1%), bens de capital (48,1%) e bens intermediários (19%). O saldo da balança comercial fechou negativo em US$ 114 milhões.
Quando apenas março é analisado, as exportações do Rio Grande do Sul somam US$ 1,41 bilhão, o que significa um crescimento de 0,6% ante o mesmo mês de 2012. O desempenho positivo foi puxado pelos produtos básicos, cujas vendas aumentaram 66% - em especial, milho em grão.
Já os embarques do setor industrial, que responderam por 81% do total do Estado, caíram 7,1%. Nem a elevação de 18% dos pedidos provenientes da Argentina (veículos automotores) foi suficiente para reverter a situação.
Veículo: Jornal do Comércio - RS