Vendas de defensivos batem novo recorde

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Impulsionado pela venda de inseticidas, o mercado brasileiro de defensivos agrícolas cresceu 14,4%, ou US$ 1,2 bilhão, e alcançou a marca recorde de US$ 9,71 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões) em 2012. Ao todo, foram comercializadas 823,22 mil toneladas de produtos químicos para o controle de pragas e ervas daninhas nas lavouras, um aumento de 12,6%.

Com isso, o Brasil mantém a posição de segundo maior mercado mundial para agrotóxicos. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, onde as vendas movimentaram US$ 12,9 bilhões (cerca de R$ 26 bilhões) no ano passado, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Em moeda local, o setor consumiu o equivalente a 7,9% do valor bruto da produção agrícola do Brasil, estimado pelo governo em R$ 246,2 bilhões no ano passado.

Os dados sobre o mercado brasileiro foram apresentados ontem por representantes do Sindicato Nacional da Indústria de Defensivos Agrícolas (Sindag) e da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

Segundo as entidades, os inseticidas responderam pela metade do crescimento e foram, pelo segundo ano seguido, a categoria de produto que concentrou o maior volume de vendas.

O segmento gerou uma receita de US$ 3,6 bilhões, o que significou um crescimento de 22,4%, ou US$ 660 milhões, sobre 2011. Com isso, sua participação na receita total cresceu de 35% para 38%.

Os inseticidas são o segmento de maior valor agregado para a indústria de defensivos. Respondem por quase 40% da receita, mas representam apenas 22% do volume.

O diretor-executivo da Andef, Eduardo Daher, afirma que as vendas de inseticidas foram puxadas pela maior incidência de lagartas, apesar do crescimento da área plantada com transgênicas resistentes ao inseto.

O representante lembra que o resultado ainda não leva em conta a venda de produtos para o combate da helicoverpa armigera, espécie identificada pela primeira vez no Brasil na safra 2012/13 e que já causou prejuízos da ordem de R$ 2 bilhões aos produtores de soja e algodão.

Em março, o governo liberou, em caráter emergencial, a importação de defensivos à base de benzoato de emamectina para combater a nova espécie. "A lagarta será controlada neste ano, mas ainda não sabemos a que custo. O produtor vai sentir falta de produtos que eram eficazes e foram proibidos no Brasil", afirma Daher, referindo-se ao agrotóxico metamidofós, banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho do ano passado por oferecer riscos à saúde humana.

As vendas de herbicidas (produtos usados no combate a ervas daninhas) avançaram 14,2%, ou US$ 392 milhões, para US$ 3,13 bilhões no ano passado - o equivalente a 32% de toda a receita do setor. Em volume, o segmento cresceu 16,9%, para 469,72 mil toneladas, o que representa quase 60% de todo o volume de agrotóxicos movimentado no Brasil.

Já o mercado de fungicidas cresceu 6,6%, ou US$ 153 milhões, para US$ 2,46 bilhões, embora o volume tenha caído 11,3%, para 96,99 mil toneladas - um reflexo da estiagem que comprometeu a produção de grãos na região Sul do país na safra 2011/12.

Mais de 80% das vendas de defensivos no Brasil são destinadas a cinco culturas - soja, cana, milho, algodão e café. A soja é o principal mercado para os fabricantes de defensivos. No ano passado, a receita gerada pela cultura cresceu 23,6%, para US$ 4,56 bilhões ou 47% das vendas totais. Só a venda de produtos para combater a ferrugem da soja totalizou US$ 1,5 bilhão.

A cana-de-açúcar é o segundo principal produto. No ano passado, o segmento consumiu US$ 1,2 bilhão em defensivos, um aumento de 26,8%. O milho superou o algodão e se tornou o terceiro maior consumidor desse insumo, tendo movimentado US$ 915 milhões no ano passado - aumento de 23,5%.



Veículo: Valor Econômico


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