Brasil deve dividir com EUA liderança no consumo de café

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Expectativa é de que até 2010 sejam consumidos no País 21 milhões de sacas


Tomas Okuda


O consumo de café no Brasil em 2009 deve manter o crescimento acima da média mundial. A expectativa é que a taxa de 4,5% obtida em 2008 se repita em 2009, o que elevaria o consumo no mercado doméstico brasileiro, o segundo maior do mundo, para cerca de 18,8 milhões a 19 milhões de sacas de 60 kg. A previsão é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), com estimativas de que em 2010 o Brasil divida com os Estados Unidos o título de maior consumidor da bebida no planeta, com 21 milhões de sacas.


A Organização Internacional do Café (OIC) avalia que o avanço do consumo de café no mundo deve desacelerar em 2009, ficando abaixo de 2%, em virtude da crise financeira global. Para 2008, as estimativas antes da crise eram de crescimento de 2% no consumo mundial, considerando os esforços promocionais em países produtores para aumentar o consumo doméstico, como Colômbia e México, e de população elevada, como Índia e Indonésia. A OIC acredita que o consumidor não deixará de tomar café, mas poderá substituí-lo por produtos mais baratos. “Estamos cautelosamente otimistas em relação ao consumo no País”, informa o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz. Segundo ele, o porcentual de brasileiros que consome café diariamente alcança 97%. Esse nível é o mais alto desde que a Abic iniciou pesquisa com consumidores em 2003. Naquela época, o porcentual era de 91%, segundo dados da InterScience, empresa de pesquisa de mercado contratada pela Abic.


Embora altamente positivo, o resultado da pesquisa mostra que há pouco espaço para crescimento. As pesquisas da InterScience ainda revelam que a classe social C é a que mais aumentou o hábito de beber café, passando de 34% para 43% no período. Os mais jovens, com idade entre 15 e 26 anos, gradativamente também vão adotando a bebida.


Outro fator que deixa o setor torrefador otimista diz respeito à pergunta que é feita anualmente na pesquisa sobre a disposição do entrevistado em continuar consumindo café no futuro. O resultado revela que 83% dos consultados continuarão bebendo o mesmo volume de café. Em 2007, o índice foi o mesmo, sem a crise internacional, pondera Herszkowicz.


Os industriais estão cautelosos porque “o momento é de crise”. E os efeitos negativos serão melhor observados no Brasil apenas no primeiro trimestre de 2009. Também causa apreensão a redução das margens na atividade da indústria de torrefação. Conforme o diretor-executivo da Abic, os preços do café na indústria subiram cerca de 34% nos últimos 14 anos, desde a introdução do Plano Real. No período, a inflação avançou cerca de 250%. “Os preços do café ficaram estabilizados nos últimos 14 anos, mas os custos de produção subiram, achatando as margens da indústria”, garante Herszkowicz.


Segundo ele, o setor tem desenvolvido ações para recuperar a renda, como a criação de programa de qualidade e de certificação, o que cria chances para melhorar a qualidade e aumentar o valor agregado, o que retomaria a rentabilidade. A indústria também deve continuar a investir em inovação tecnológica.


A estratégia de estímulo ao consumo por meio da publicidade é outra solução. Estima-se que em 2009 serão aplicados recursos da ordem de R$ 5,5 milhões em campanhas publicitárias.


Em 2009, a produção brasileira não deve contar com um número tão grande como a deste ano. Isso porque o café tem como característica alternar grandes safras com produções pequenas, em virtude da bienalidade da cultura. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve anunciar a primeira estimativa para a safra 2009 no dia 8 de janeiro.


Veículo: O Estado de São Paulo


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