Depois de cortar os impostos federais para baixar o preço da cesta básica e ajudar no controle da inflação, o governo deve aplicar um forte reajuste no preço mínimo do café. Responsável por 35% da produção mundial, com cerca de 48 milhões de sacas de café por ano, o Brasil está com preços "muito defasados", que não são mais capazes de cobrir os custos de produção, entendem os técnicos do governo Dilma Rousseff.
Com o objetivo de estimular um dos setores mais tradicionais da economia, o governo pode anunciar os novos preços mínimos amanhã, após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que também deve aprovar novas condições de financiamento para o setor, cuja colheita da safra 2013/14 começa no mês que vem. Estão em estudo reajustes de dois dígitos tanto para o café do tipo "arábica", que representa quase 70% da produção total, quanto no tipo "robusta". Os preços atuais estão congelados desde 2009.
O grão arábica, por exemplo, está sendo negociado a cerca de R$ 300 a saca no mercado, mas o preço mínimo está em R$ 261,69. Com o reajuste preparado pelo governo, essa saca passará a custar, no mínimo, entre R$ 320 e R$ 340. Já o robusta deve ter preço mínimo elevado a R$ 180, dos atuais R$ 156,57.
Referência. Os preços mínimos balizam as compras públicas, feitas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e, com isso, também a negociação no mercado entre os cafezais e os compradores.
O Estado apurou que a presidente já deu sinal verde para a elevação do preço mínimo, mas o valor final ainda não havia sido fechado ontem. No Palácio do Planalto, a visão é que um reajuste forte neste ano evitaria o início de uma crise no setor, afetado pelos preços baixos.
Veículo: DCI