Café mineiro na mesa dos orientais

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Parceria entre grupo do estado e holding japonesa cria a Cafebrás, que vai exportar o grão para países asiáticos

O café mineiro cruza o mundo e invade a mesa dos orientais. Uma parceria entre o grupo mineiro Montesanto Tavares e a gigante japonesa Itochu Corporation firmada hoje cria uma empresa focada na exportação de grãos especiais para países asiáticos. Chamada de Cafebrás (simplicação de Cafés do Brasil), a companhia sediada em Patrocínio, no Alto Paranaíba, pretende levar o grão produzido de norte a sul do estado. No primeiro ano de atividade, a expectativa é de que sejam negociadas 180 mil sacas, mas a meta é mais que triplicar o volume em cinco anos, atingindo 600 mil sacas por ano até 2018.

A formação da joint venture se dá devido às altas taxas de crescimento do consumo do café em países asiáticos.

Apesar do costume de consumir de chás, é crescente o interesse pelo café no Japão, Coreia do Sul, Vietnã e China, entre outros. No mais, a procura por lá é de grãos de alta qualidade, o que aumenta o valor pago pelo produto. “Um dos intuitos é promover a aproximação entre a indústria e a produção. Levar aos consumidores asiáticos um pouco da história dos produtores para estreitar o relacionamento”, afirma o diretor da Atlântica, braço de comércio exterior da Montesanto Tavares, Rogério Azevedo Schiavo. O executivo ressalta que em cinco anos a Cafebrás deve atingir a marca de R$ 250 milhões de faturamento, aproximando das cifras da Atlântica.

Um ponto essencial da produção no país a ser revelada aos japoneses é a associação de fatores climáticos e geográficos ideais para o cultivo do grão, o que, inclusive, garantiu a regiões mineiras certificações importantes para o mercado internacional, semelhantes às obtidas por produtos estrangeiros, como o champanhe francês e o rum e o charuto cubanos.

O café faz parte da expertise de ambos os grupos. No caso da Montesanto Tavares, criada em 2000 pelo empresário Ricardo Tavares, o histórico é antigo. Antes mesmo da fundação da holding, em meados da década de 1980, o presidente do grupo adquiriu o Café 3 Corações, negociado 15 anos depois com um grupo israelense. Mas o negócio não encerrou o envolvimento da holding com o produto. Outros braços cuidavam de aspectos relacionados ao café, como armazenagem, logística, comércio exterior, rebeneficiamento e, claro, produção.

Do outro lado, o grupo japonês tem negócios no Brasil há mais de 40 anos, abrangendo da celulose ao etanol. Em relação ao café, o envolvimento maior se dá em tradicionais países produtores do grão na América Central, como Guatemala e El Salvador. A troca de know-how da Itochu com a parceira brasileira é a forma de descobrir um pouco mais sobre questões-chaves do processo no país, além de possibilitar a abertura de fronteiras em outros países do mercado asiático. “Nós conhecemos a origem, eles conhecem a demanda”, afirma Schiavo.

CASES DE SUCESSO
O sucesso da Cafebrás pode ser a repetição do tino mercadológico do empresário Ricardo Tavares, conhecido no estado por erguer empresas e depois negociá-las por valores milionários. O reconhecimento se deu primeiro com o case do Café 3 Corações. Já na década de 1990, a marca Sucos Mais superou líderes do mercado para, na sequência, ser negociada com a Coca-Cola.



Veículo: Estado de Minas


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