Soja 'descola' de outros grãos em Chicago

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O mercado futuro apontou direções distintas para os preços da soja em relação aos do milho e do trigo na semana passada. Na bolsa de Chicago, os contratos da oleaginosa para entrega em julho ficaram praticamente estagnados (alta de 0,45%), enquanto os de milho e trigo subiram 6,7% e 4,1%, respectivamente.

Enquanto a preocupação com o clima nos Estados Unidos estimula especuladores a embutir prêmios de risco nas cotações do milho e do trigo, o potencial de ganhos na soja segue limitado pelo escoamento da produção brasileira e a expectativa de uma safra recorde nos Estados Unidos no segundo semestre.

Os fazendeiros americanos vêm enfrentando dificuldades para plantar o milho devido ao excesso de chuvas no Meio-Oeste, enquanto veem o trigo de inverno ser castigado pelas geadas nas Grandes Planícies. Analistas calculam que apenas 17% a 19% da nova safra de milho tenha sido cultivada até ontem, ante mais de 70% há um ano. E, de acordo com os últimos dados oficiais, apenas 33% das plantações de trigo estão em condições consideradas boas a excelentes, ante 64% há um ano.

O atraso preocupa, uma vez que a janela considerada ideal para o cultivo do milho chega ao fim nas próximas semanas. Após esse prazo, o risco de perdas cresce consideravelmente. Diante desse cenário, fundos que estavam apostando na baixa dos preços do milho em Chicago correram para sair dessas posições e, dessa forma, reduzir a exposição ao risco de uma escalada nas cotações.

De acordo com os dados divulgados na sexta-feira pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC) dos Estados Unidos, esses investidores liquidaram mais de 31 mil contratos de venda de milho na semana encerrada no dia 30. Fundos também liquidaram 5,5 mil posições vendidas em trigo.

Para a soja, que começa a ser plantada mais tarde, os problemas com o plantio do milho nos Estados Unidos são captados como sinais baixistas para os preços, dizem analistas. "Não tenho a menor dúvida que a soja vai herdar parte da área que seria destinada ao milho", explica Pedro Dejneka, presidente da PHDerivativos, em Chicago.

O analista observa, porém, que os preços no curto prazo seguem sustentados pela escassez de soja nos EUA, onde o mercado físico continua a pagar prêmios recorde em relação aos preços praticados no mercado futuro. "A soja deve continuar oscilando dentro de um intervalo entre US$ 13,40 e US$ 14,20 por bushel por mais algum tempo, mas a tendência é claramente negativa".



Veículo: Valor Econômico


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