Alta da cesta básica não dá trégua

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Produtos básicos para a alimentação na Capital têm 5ª maior elevação do País e fecham abril custando R$ 291,08

Assim como aconteceu em todos os três primeiros meses do ano, a cesta básica de Fortaleza voltou a apresentar alta em abril, quando subiu 3,7% na comparação com março e atingiu o patamar de R$ 291,08. Os dados foram revelados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que informou que a inflação também atingiu outras 11 capitais brasileiras onde a pesquisa mensal é realizada.

A banana foi o item que registrou a maior alta entre os 12 pesquisados. De abril para março, o produto ficou 11,79% mais caro na Capital cearense, na frente inclusive do tomate, símbolo da inflação dos alimentos


Na Capital cearense, a elevação foi consequência da alta de sete dos 12 itens básicos pesquisados pelo Dieese. O maior vilão acabou sendo a banana, que subiu 12,12% em abril, na relação com o mês anterior. Segundo a economista do Dieese, Elizama Paiva, isso ocorreu por conta da baixa produção no Vale do Jaguaribe. "Praticamente toda a banana consumida no Ceará vem daquela região, que ainda sofre com a seca e produz menos. Como optamos por não trazer o item de outro local, os preços acabaram subindo", disse.

Símbolo da inflação dos alimentos no Brasil nos últimos meses, o tomate também contribui consideravelmente para a elevação da cesta básica de Fortaleza, já que ficou 11,79% mais caro de março para abril. A boa notícia é que os valores já têm data para cair. "A colheita da Serra da Ibiapaba acontece daqui a dois meses e isso deve reduzir consideravelmente o preço do tomate cearense", afirma Paiva.

Entre os produtos que apresentaram retração em abril, destaque para o arroz (-3,77%) e o óleo (-2,83%). Fora esses itens, apenas a farinha (-1,73%), a carne (-0,56) e o açúcar (-0,52%) também caíram.

Salário necessário

Com o valor alcançado em abril, a cesta básica de Fortaleza passou a representar 42,9% do salário mínimo vigente (R$ 678). Dessa forma, um trabalhador que ganha o básico precisa dedicar 94 horas e 27 minutos de sua jornada de trabalho mensal apenas para comprar alimentos. "É quase como se as pessoas estivesse trabalhando só para comer", lamenta Elizana Paiva.

Partindo do princípio que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima também o valor do mínimo ideal, quem em abril ficou em R$ 2.892,47.

NE é destaque negativo

Ainda sofrendo com os impactos da seca, o Nordeste acabou sendo destaque negativo no levantamento de abril do Dieese. Isso aconteceu porque as duas maiores altas registradas foram oriundas de capitais nordestinas. Para se ter uma ideia, a cesta de Recife sofreu inflação de 6,55%, fechando em R$ 298,35, enquanto em João Pessoa o conjunto de itens básicos para alimentação ficou 5,94% mais caro, saindo por R$ 290,96.

Ironicamente, a maior retração também ocorreu em uma cidade nordestina, já que houve queda de 4,63% na cesta de Salvador. Porto Alegre (-3%) e Campo Grande (-1,73%) também registraram baixas.

Em valores reais, como já é de costume, a cesta básica mais cara do Brasil ficou com a cidade de São Paulo, apesar de o aumento verificado ser apenas o oitavo maior. Na Capital paulista, era preciso desembolsar R$ 344,30 para comprar os itens.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Veículo: Diário do Nordeste


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