Segunda data mais importante para o setor varejista terá crescimento de vendas modesto, o menor desde 2009, pegando carona no crescimento inflacionário que já vem causando redução nas vendas do comércio em 2013
As vendas do comércio no Dia das Mães este ano devem movimentar R$ 2,29 bilhões, um aumento de 5,8% em relação ao ano passado, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Parecem bons números,mas o setor não está comemorando. No ano passado, o movimento no Dia das Mães rendeu R$ 2,16 bilhões em vendas e o aumento em relação ao ano anterior foi maior, de 8,1%. Mais que isso, esse crescimento de 5,8%, se confirmado, deve ser o mais baixo nos últimos quatro anos – em2009, foi de apenas 3%. "Coma inflação apertando, fica difícil repetir o resultado do varejo no Dia das Mães no ano passado", avalia o economista Fabio Bentes, da CNC.
O Dia das Mães, que é a segunda data comemorativa mais importante para o setor - perde apenas para as vendas do Natal - é mais uma vítima da alta da inflação. "De modo geral, o varejo vem desacelerando.Hoje o crescimento do varejo acumulado está em torno de 3,5%, o que é um crescimento básico. Há um ano o comércio crescia em dois dígitos, em torno dos 10%. O Dia das Mães tomou carona nessa tendência", observa Bentes.
O economista lembra que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do comércio caiu 0,4% em fevereiro (na comparação com janeiro) e 0,2% ante o mesmo mês no ano passado. Essa foi a primeira queda na comparação anual em dez anos.
Bentes destaca ainda que as vendas no setor de hipermercados, que respondem por 50% dos negócios do varejo no Dia das Mães, também vêm desacelerando." Além disso,o fim da desoneração do IPI joga para baixo as vendas. Em um cenário como esse, o consumidor não tem alternativa. Se os preços sobem, ele consome menos", diz.
No início do ano, a previsão da Confederação Nacional do Comércio para o fechamento do volume de vendas do varejo para2013 estava em 6,7%, resultado parecido como de 2011. "Essa previsão veio se corroendo e hoje está em torno de 5%".
De acordo com a CNC, o principal destaque das vendas deste Dia das Mães deverá ser o ramo de artigos de uso pessoal e doméstico, com alta esperada de 9,9%.Em seguida devem vir os ramos de farmácias e perfumarias (9,2%), de móveis e eletrodomésticos (7,4%), vestuário (6,1%) e de livrarias e papelarias (4,4%).
Com reajuste médio de 10,9% nos produtos comercializados, o ramo de hiper e supermercados deverá apresentar crescimento bem menor do que no ano passado (3,3%, contra 8,4%, respectivamente). A demanda por trabalhadores temporários também deve acompanhar a menor perspectiva de aumento nas vendas. Para este ano, espera-se a abertura de 11,8 mil postos de trabalho (apenas 1,7% a mais que o Dia das Mães passado). As lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, farmácias e perfumarias e os hiper e supermercados deverão responder por 92,3% das vagas temporárias abertas pelo varejo no período.
Veículo: Brasil Econômico