EUA dão apoio a açúcar para evitar calote de usinas

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O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está expandindo um programa de exportação de açúcar, num primeiro passo do governo americano para evitar uma onda de calotes em empréstimos dados a usinas e processadores do produto.

Os preços nos EUA caíram 13% este ano na bolsa de Nova York, e ontem os contratos do açúcar refinado para setembro fecharam a 19,88 por libra-peso, perto do nível mais baixo em quatro anos. Se os preços não se recuperarem, os processadores americanos de açúcar poderiam ficar inadimplentes no fim deste ano em até US$ 809 milhões de empréstimos concedidos pelo governo, perdendo o açúcar que foi dado como garantia nos contratos com o USDA.

Como último recurso, o USDA informou que considera comprar até 400 mil toneladas de açúcar para provocar um aumento nos preços suficiente para evitar calotes em massa. O açúcar comprado pelo governo seria, em seguida, vendido a produtores de etanol, a um custo estimado pelo USDA em US$ 80 milhões. O plano tem sido criticado por consumidores e parlamentares.

O USDA deve anunciar sua decisão em 1º de julho. Como um paliativo, o departamento de agricultura está permitindo que os processadores exportem quantidades maiores, segundo informação publicada no "Federal Register", o Diário Oficial da União dos EUA. As refinarias podem importar até 50 mil toneladas de matéria-prima por dia, mas podem enviar ao exterior até 100 mil toneladas de açúcar processado. Anteriormente, a exportação também era limitada a 50 mil toneladas diárias.

Participantes do mercado dizem que as mudanças no programa, que é pouco usado, não terão muito efeito na redução do estoque, que deve superar a demanda em 2,1 milhões de toneladas este ano. Os estoques dos EUA estão aumentando depois de uma grande colheita de beterraba e um fluxo constante de importações livres de impostos do México. "Não consigo imaginar que isso vá fazer uma grande diferença no excesso de produção", disse Sterling Smith, analista do Citigroup.

Uma porta-voz do USDA disse que a agência só vai poder calcular se as mudanças estão tendo algum efeito "no próximo mês, aproximadamente". O programa de exportação de açúcar foi concebido para manter as refinarias americanas operando durante o ano todo ao permitir que elas importem matéria-prima livre de impostos depois que a colheita das safras dos EUA se encerra e, em seguida, exportem uma quantidade equivalente de açúcar refinado, o açúcar branco encontrado nos supermercados. Essas importações não são incluídas nas quotas isentas de impostos adotadas pelos EUA porque cada tonelada de açúcar bruto que é trazido ao país é exportada na forma refinada.

O aumento do limite de exportação entrou em vigor no dia 1º de maio e termina em 31 de dezembro de 2014. Na safra de 2011/12, que terminou em 30 de setembro, as exportações americanas de açúcar bruto e refinado somaram 244.033 toneladas, 8,5% mais que na anterior. Os números excluem o açúcar refinado em produtos exportados.

Sob o programa de exportação, os processadores também podem vender o açúcar refinado para certos usuários nos EUA, como fabricantes de doces, que depois exportam produtos que com uma quantidade equivalente de açúcar.



Veículo: Valor Econômico


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