O Brasil perde competitividade no mercado internacional de lácteos, mas está à frente em outro quesito: é um dos países com maior crescimento no consumo per capita desses produtos, de acordo com o relatório Dairy Report 2012 do International Farm Comparison Network, que teve dados compilados pela Leite Brasil.
No período entre 2006 e 2011, o consumo per capita de lácteos no país aumentou 4,2%, atrás apenas da China, onde a demanda cresceu 4,4% no mesmo intervalo. O Dairy Report 2012 analisa 10 tradicionais produtores de leite do mundo. Além do Brasil, são levantados dados dos Estados Unidos, Argentina, Nova Zelândia, Austrália, França, Alemanha, China, Índia e Rússia.
Na Índia e na Austrália, o consumo per capita avançou 3,4% nos mesmos cinco anos. Na Argentina, cresceu 2,4%, mas na Nova Zelândia, França e Estados Unidos houve recuo de 4,5%, 2,2% e 0,3%, respectivamente.
De acordo com o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, o aumento do poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos explica o incremento no consumo de leite no período 2006-2011.
Ele observa que, no ano passado, a inflação medida pelo IPCA do IBGE foi de 5,84%, mas os preços do leite e seus derivados subiram abaixo desse índice, "tornando o cenário ainda mais favorável para o consumo" de lácteos. Segundo a Leite Brasil, o consumo estimado em 2012 é de 180 litros per capita de lácteos. "E deve continuar a aumentar porque a tendência é de que a economia continue a crescer", prevê Rubez.
A meta, afirma, é chegar perto, nos próximos cinco anos, do nível de consumo recomendado pelo Guia Alimentar do Ministério da Saúde, que é de 200 litros/habitante ano em equivalente leite.
Para o presidente da Leite Brasil, a queda no consumo em importantes produtores se deve ao aumento dos preços da categoria lácteos no período. Além disso, a partir de 2008, a crise financeira afetou vários países, como os Estados Unidos e os da zona do euro, o que pode também ter prejudicado a demanda.
Veículo: Valor Econômico