A colheita de segunda safra de milho em Mato Grosso começou de forma tímida na semana passada, e o resultado das primeiras amostras é positivo. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Pedro Lenz, a produtividade não será recorde como no ano passado, mas o resultado da colheita deverá ser similar porque a área de plantio foi maior nesta safra.
"Aumentamos a área de plantio e a chuva colaborou para o desenvolvimento das plantas porque se prolongou até o fim de abril. Talvez a produtividade não seja recorde, como a do ano passado, quando alcançou 110 sacas por hectare. Mas, como a área aumentou, a expectativa é fechar com um número parecido com o do ano passado", disse Lenz.
Na safra de inverno 2011/12, Sorriso colheu 2,2 milhões de toneladas de milho em 380 mil hectares. Neste ano, a área cultivada foi estimada em 487 mil hectares - um aumento de 28%. Os trabalhos de retirada do grão do campo devem se acentuar a partir de meados deste mês.
"Por enquanto, a estimativa nossa e do Imea [Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária] é de colher 102 sacas por hectare", disse o presidente do sindicato rural de Sorriso.
De acordo com o Instituto, o Estado deve produzir 17,3 milhões de toneladas de milho em 3 milhões de hectares dedicados ao grãos. O instituto revisou os números de área para cima em sua última estimativa, justificando que os produtores de algodão preferiram cultivar milho devido ao excesso de chuvas.
Em relação à comercialização, o representante do sindicato rural afirma que apenas 20% do total a ser colhido foi comercializado e que os preços estão caindo a cada dia. A saca foi negociada na sexta-feira passada a R$ 10,60 na região de Sorriso, quase 3% menos que na semana anterior, disse Lenz. "Dependeremos muito dos leilões da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] para escoar todo esse milho, porque não há compradores neste momento", disse.
Veículo: Valor Econômico