O crescimento de 9% nas vendas por delivery da rede de restaurantes America no primeiro trimestre em comparação com o período em 2012 reflete a maior demanda por produtos entregues em casa, que só no setor de alimentos movimentou R$ 8 bilhões no ano passado. Mais empresas estão investindo nas opções de delivery e diversificando o serviço, oferecendo diferenciais muito além do tradicional pedido por telefone e via Web.
De acordo com estimativas feitas pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), nos últimos cinco anos, só no mercado de delivery de alimentos, foi registrado um crescimento de 30% nas receitas. O America aposta justamente no delivery para crescer, e para isso investiu em novas funcionalidades além do tradicional pedido pelo telefone.
Em entrevista ao DCI, a gerente de marketing da rede, Mirella Scorza, explica que os pedidos delivery têm o maior crescimento dentro da receita bruta de vendas, que atingiu 3% nos três primeiros meses de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado. "Hoje o delivery representa 15% do faturamento do America. E dentro do delivery, o faturamento digital representa cerca de 12%."
Esse faturamento digital engloba os pedidos feitos pelo site e pelo Facebook, funcionalidade que foi lançada em fevereiro para cativar mais consumidores e oferecer uma gama maior de possibilidades. "Com o Facebook, o cliente não sai de sua página, simplesmente faz o pedido. A grande diferença é que ele continua na plataforma, e não precisa ir até o site do America fazer login, em nenhum momento ele para o que está fazendo", comenta a gerente de marketing. Ainda assim, o número de demandas por essa ferramenta ainda é muito pequena se comparada ao site, com uma média de 10 pedidos por dia.
Mirella Scorza ainda conclui que o faturamento com as vendas eletrônicas devem ser impulsionadas em breve, justamente devido aos investimentos em mídias digitais. "Há dois anos fazemos um trabalho muito forte, introduzindo a marca no meio virtual, com o faturamento nessa área quase triplicando no período. E a expectativa é que cresça cerca 30% até 2015."
A Convenié, loja de conveniência virtual que atende a cidade de Campinas (SP), também trouxe inovações para se destacar no mercado de delivery eletrônico. Inaugurada há dois meses, a marca tem mantido um crescimento de 50% no faturamento por semana, e conta com um mix de 800 bens, oferecendo desde alimentos até produtos de limpeza, conforme afirma o sócio fundador Felipe Fontes. "Estávamos processando oportunidades que poderiam ser colocadas em teste, e encontramos essa lacuna existente na entrega imediata de bens de consumo. É um serviço diferente do delivery de redes como Extra e Carrefour, que demoram até 48 horas para entregar os pedidos."
Para se diferenciar de outras lojas, a Convenié adotou uma série de medidas, sempre visando oferecer maior comodidade aos clientes. "Realizamos entregas até as três horas da manhã, oferecemos um chat com atendentes para tirar dúvidas, acompanhamento em tempo real do pedido e também a identificação prévia do entregador, para maior segurança", comenta o empresário. Ele ainda afirma que o retorno tem sido vantajoso. "Esperamos atingir um faturamento mensal de R$ 50 mil a R$ 60 mil mensais em até seis meses. Hoje, faturamos metade disso. Já ultrapassamos lojas de conveniência tradicionais, que tem investimento maior que o nosso."
Custos e investimentos
O pedido on-line tem se tornado mais comum. Segundo a Abrasel-SP, 50% dos consumidores já realizam seus pedidos de alimentos e bebidas via Internet, sobretudo aqueles que moram em grandes centros urbanos, como São Paulo. No entanto, esse número é menor quando se trata de pequenas empresas. A iFood, por exemplo, é uma plataforma de delivery on-line que permite pedir comida pela Internet e por aplicativos em smartphones. Ela oferece uma opção às empresas por um custo de 10% do valor de cada demanda, e uma taxa mensal de R$ 79,90 para restaurantes que não possuem Internet.
Abrangendo cerca de mil restaurantes e planejando englobar 5 mil estabelecimentos até 2015, a plataforma foi responsável por R$ 35 milhões em transações no ano passado, com expectativa de R$ 80 milhões neste ano.
Entre as grandes redes, o Pão de Açúcar é tido como um dos pioneiros entre os supermercadistas a entregar os pedidos na residência dos clientes, fazendo-o desde 1995 e crescendo em média 15% ao ano. O investimento mais recente da empresa no segmento foi de R$ 5 milhões, visando aumentar em dez vezes o número de transações diárias através de melhorias operacionais e logísticas.
Veículo: DCI