Alimentos pesam no bolso do consumidor

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Professora Marly Ribeiro vai substituir o feijão carioquinha pelo fradinho

O aumento dos preços dos alimentos continua assustando os consumidores. E não é só o tomate. Feijão, farinha e batata são os atuais vilões da mesa dos baianos. Com o feijão-carioquinha chegando a R$ 8,78, o quilo, a farinha de mandioca a R$ 6,98 e a batata a R$ 4,98, o tradicional prato do brasileiro está pesando no bolso das famílias.

O feijão subiu 5,07% em maio, em relação ao mês anterior, segundo  a Pesquisa da Cesta Básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese). Em seis meses, a variação chegou a 61%.

A empregada doméstica Lucilene Costa, que antes comprava três  quilos de feijão por mês, teve que diminuir a quantidade por causa do preço. "Meu coração até  doeu quando vi que o feijão estava a R$ 8", disse.

Já  a professora Marly Ribeiro deu meia-volta no corredor do supermercado quando viu o preço do feijão na prateleira. "Desisti de levar. Vou substituir por feijão-fradinho, que é mais barato", conta.

Marly prefere comprar todo o feijão usado pela família de uma só vez, mas este mês vai pesquisar mais, por causa dos preços altos. "Não dá para gastar R$ 80 só com feijão".

Cesta básica - Apesar de a cesta básica ter caído 3,76%, em relação a abril, a sensação dos consumidores é que os preços estão em alta. Pesquisa realizada pelo Datafolha, em 166  cidades do país, apontou que 70% dos entrevistados perceberam aumento de preços dos alimentos.

Essa também é a sensação da aposentada Edna Cruz. "Aumentou tudo. Quando o salário sobe, os preços triplicam", disse.

Segundo a  supervisora técnica do Dieese,  Ana Georgina Dias, a opinião dos consumidores está correta, mesmo que  a Pesquisa da Cesta Básica indique que os preços estão caindo.

"A percepção sobre o comportamento dos preços vai depender de que produtos eu consumo, onde eu compro e principalmente de quanto eu  ganho", explica.

De acordo com a técnica do Dieese, o impacto do preço dos alimentos no orçamento será maior para quem ganha até um salário mínimo. "Nesta faixa de renda, entre 30%  a 40% do orçamento estará comprometido com produtos alimentícios", afirma.

A pesquisa do Dieese considera os valores de  12 produtos para calcular o preço da cesta básica. Desses 12, apenas 5 deles apresentaram aumento em maio: o já citado feijão, a banana, o leite, o pão e a manteiga.

Como economizar - Diante do cenário de assombro dos consumidores com o aumento de preços, o A TARDE convidou representantes do Movimento de Donas de Casa e Consumidores da Bahia a visitar um supermercado e reunir dicas para driblar os vilões da inflação.

Para a presidente do movimento, Selma Magnavita,   procurar produtos em feiras livres  é uma das principais dicas para economizar.

Se o preço está muito alto,  a orientação é substituir os produtos. "O feijão pode ser trocado por  ervilhas secas. A lentilha, mesmo sendo mais cara, também pode ser usada em menor quantidade para repor os valores nutricionais do feijão", conta Magnavita.

Tipos de feijão mais baratos também podem ser aliados. O feijão-branco de 500 gramas pode ser encontrado por  R$ 3,03, e o feijão-fradinho por   R$ 2,76.

Já a batata, que chegou a R$ 6, o quilo,  também não é insubstituível. "No lugar da batata, a pessoa pode utilizar outro tipo de legume, como a cenoura", diz a  presidente.

O aposentado Genevaldo Santos faz compras de frutas e verduras semanalmente e usa a pesquisa de preços para economizar. Ele diz aproveitar os dias da semana em que os supermercados fazem promoções.

Como não abre mão do feijão, Santos optou por diminuir a quantidade. "Os outros produtos, se estiverem  caros, procuro similares".



Veículo: A Tarde - BA


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