Vai faltar soja apesar da supersafra?

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A essa altura do campeonato, já não há mais dúvida sobre o impacto positivo da safra recorde de soja gaúcha e do bom desempenho de outras lavouras na economia. Números do PIB referendam isso. Ainda assim, os ganhos com a produção deixam de ser ampliados devido ao modelo que privilegia a exportação do grão, sem adicionar valor ao produto in natura. O resultado prático é que, das 12,53 milhões de toneladas de soja produzidas no Estado, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cerca de 9 milhões deverão ser exportadas.

Só entre abril e maio, foram embarcadas no porto de Rio Grande 3,2 milhões de toneladas da commodity, o que corresponde a cerca de um quarto da safra gaúcha e mais de 40% do total estimado para todo o ano.

– A indústria nacional não está conseguindo ser competitiva – alerta Erasmo Carlos Battistella, presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e diretor-presidente da BSBios.

Um dos entraves para essa evolução é a espera por novo marco regulatório, que amplie o percentual de adição do biodiesel, atualmente em 5%. A ideia é aumentar para 7% e, gradualmente, ir subindo para chegar a 20% em 15 anos – o estudo técnico está pronto desde maio do ano passado. Atualmente, a capacidade ociosa da indústria no país é de 60%. É um cenário ruim, principalmente para o Rio Grande do Sul, que concentra a maior quantidade de empresas do setor.

Com o ritmo acelerado das vendas ao mercado externo, surge outro problema. Os estoques devem chegar ao segundo semestre em baixa – pelo menos até setembro, quando começa a entrar a safra dos Estados Unidos. Por isso, Battistella projeta que, mesmo com produção recorde, o Estado precisará trazer soja de outros Estados para conseguir dar conta da demanda.

Principalmente a da indústria de carne – leia-se frangos e suínos – que tem no milho e no farelo de soja os principais ingredientes da ração dos animais. Peso extra nos custos de produção quase sempre significa reajuste de preços ao consumidor. E isso não é nada bom, como já se viu no ano passado, quando a quebra na produção – aqui e nos Estados Unidos – foi determinante para a alta.



Veículo: Zero Hora - RS


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