Reajuste nos produtos de padaria em Belo Horizonte supera a inflação oficial em alguns alimentos, como o pão de forma

Os preços dos itens para o café da manhã e o lanche da tarde estão cada vez mais salgados. É o que aponta pesquisa do site Mercado Mineiro, que consultou 37 padarias de Belo Horizonte, entre 17 e 20 deste mês. De janeiro a junho, o principal aumento foi sentido no pão de forma Wickbold, que ficou 7,16% mais caro. Em janeiro, ele custava, em média, R$ 4,75 e passou para R$ 5,09. A alta supera a inflação oficial do país dos últimos 12 meses até maio (6,5%), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já quilo do pão doce subiu 6,92%, saltando de R$ 11,27 para R$ 12,05 no mesmo período. A terceira maior alta foi do quilo do pão francês, reajustado em 5,56%. Em janeiro, o preço médio era de R$ 9,36, e em junho de R$ 9,88. O quilo da mortadela passou de R$ 14,32 para R$ 15,02, aumento de 4,89%. O preço da manteiga Itambé (500g) subiu 4,03%, de R$ 9,92 para R$ 10,32. Entre as variações de preço, a maior, de 137,67%, foi verificada no quilo do pão doce, que pode custar de R$ 7,99 a R$ 18,99 na capital mineira.

O diretor executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, explica que a qualidade, localização e a validade dos produtos pesquisados podem influenciar diretamente na formação do preço. “O consumidor tem que procurar saídas. Se no bairro onde ele mora o pão é mais caro, ele pode tentar comprar perto do trabalho”, sugere. A comerciante Regina Rocha não consegue pesquisar em função da rotina agitada, mas confirma ter sentido uma alta generalizada. “Os preços subiram e  a qualidade caiu”, comenta.

EFEITO CASCATA José Brasil, proprietário da padaria Piu Pane, no Funcionários, diz que a alta pode ser atribuída aos custos do negócio, como mão de obra e aluguel, além dos insumos (farinha e ovos), que sofreram aumentos nos últimos meses. “Em outubro, trabalhava com a farinha a R$ 55 (saco) e agora chegou a R$ 95”, exemplifica.

A pressão não é menor na Speciallité Pães, no Planalto, que reajustou o preço do quilo do pão francês de R$ 8,30 para R$ 8,50. De acordo com a sócia-proprietária Renata Mendes, o setor tem sofrido, principalmente, com o aumento dos insumos. “Para manter a qualidade e continuar comprando farinha de qualidade, temos que repassar o aumento para o consumidor, mas tentamos segurar ao máximo.”



Veículo: Estado de Minas