Lojas de conveniência ganham espaço no País

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Mesmo com preços até 15% superiores aos apresentados nos supermercados, as lojas de conveniência despontam como um dos canais promissores para o varejo. Atualmente, menos de 20% dos postos no Brasil possuem um ponto de venda, e a importância crescente dada pelos grandes players a este segmento demonstra o potencial a ser explorado.

Além de ser responsável por gerar receitas maiores para donos de postos de combustíveis, os pontos de venda são utilizados como instrumentos para fidelizar clientes e agregar valor aos empreendimentos. A marca de lojas Entreposto, pertencente a ALE, a AM/PM, da Ipiranga, e BR Mania, da Petrobras, são exemplos de redes que crescem a dois dígitos nos últimos anos.

Segundo a gerente de conveniência da ALE, Ana Carolina Castro, aumentar a presença das lojas em postos se torna uma das possibilidades para se destacar em um mercado tão concorrido como o da revenda de combustíveis. "A loja de conveniência traz outros serviços para o complexo do negócio, pode ajudar o revendedor que se situa na disputa de preço de combustível. Uma boa loja hoje deixa margem de 13% a 19% de lucro líquido do faturamento, trazendo um alívio em um mercado tão acirrado."

A ALE encerrou o primeiro semestre deste ano com 237 lojas de conveniência, e espera fechar 2013 com pelo menos 270 pontos de venda. "O varejo cresce a números de 8% ou até abaixo, e o mercado de conveniência cresce na casa de 15%, devendo permanecer assim segundo as estatísticas. Nós temos acompanhado essa expansão, crescido na casa dos 28% ao ano no número de pontos de venda, buscando chegar a 2016 com 500 lojas", comenta a executiva.

De acordo com Ana Carolina Castro, a rede Entreposto atua neste segmento há 11 anos, e tem como objetivo consolidar suas operações nas metrópoles. "Temos a matriz em Natal [RN], e só na cidade são 14 lojas. Mas nosso foco são os grandes centros, o que não significa que não avaliamos cidades de porte menor. Por exemplo, dos 237 pontos de venda que temos hoje, 75 estão no estado de São Paulo. A conveniência ainda está crescendo, caminhando, se tornando parte do cotidiano."

Com crescimento de 22% ao ano nos últimos cinco anos, os postos Ipiranga detém o maior número de lojas de conveniência do País. Em 2012, foram 1.377 pontos de venda AM/PM, quase 20% do total deste segmento.

"Acreditamos que a grande oportunidade na abertura de lojas de conveniência nos postos é a de complementar um negócio com outro, no mesmo local. O posto oferece à loja o que traz um número maior de clientes. Já a loja de conveniência amplia a oferta de produtos e serviços do posto, com comodidade e rapidez ao consumidor", afirma o diretor de varejo e marketing da companhia, Jeronimo dos Santos. Hoje a Ipiranga possui lojas em 420 cidades, sendo a maioria nas regiões Sul e Sudeste.

Já a rede BR Mania mostra uma presença crescente nas cidades interioranas. Com plano de abrir 550 novas unidades até 2017 e de fechar este ano com mais de 900 no total, as lojas de conveniência da Petrobras buscam mercados fora das capitais, conforme o gerente de lojas de conveniência da empresa, Adão do Nascimento Pereira, afirma ao DCI. "Não estamos focando nenhuma região específica, mas o interior tem mostrado força. A BR Mania vem se destacando em cidades pequenas, se tornando um ponto de referência em cidades com 100 mil habitantes às vezes. Temos uma loja no interior da Bahia, por exemplo, em Luís Eduardo Magalhães, bem distante da capital."

Segundo dados do Anuário 2013 elaborado pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), a rede BR Mania encerrou 2012 com um faturamento de R$ 703 milhões. Diferentemente da ALE, por exemplo, as lojas da BR Mania são franquias, geralmente administradas pelo mesmo dono do posto de combustível.

O investimento inicial varia de acordo com as especificidades de cada ponto de venda. Uma loja com cerca de 60 metros quadrados, por exemplo, tem um investimento de aproximadamente R$ 150 mil, com um prazo variando entre 18 e 36 meses para o retorno do valor.

Segundo o Sindicom, o setor de lojas de conveniência teve crescimento de 14% no ano passado, gerando um faturamento total de R$ 4,94 bilhões.

Além do espaço disponível para o crescimento deste segmento devido à pequena quantidade de pontos de venda, o número de consumidores que frequentam lojas de conveniência tem aumentado, conforme explica o presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz, em nota. "Um fator favorável à expansão da conveniência é a inclusão de milhões de brasileiros das classes C e D no mercado de consumo. O que sentimos é que, na revenda, para atender a essa crescente demanda, os empresários que têm visão estratégica e recursos estão investindo em lojas."




Veículo: DCI




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